São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 1996 |
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Raí elogia inovações européias
HUMBERTO SACCOMANDI
Em entrevista à Folha, Raí disse que a iniciativa européia vai acabar enterrando a Lei do Passe brasileira, que vincula o jogador a seu clube. (HuSa) * Folha - O que você acha das novidades no futebol europeu? Raí - Sem dúvida, haverá uma revolução, que nós ainda mal podemos vislumbrar. A corte, que ultrapassa a Justiça esportiva, demonstrou que o livre mercado de trabalho é um direito humano. Essa é uma tendência universal e não poderia ser diferente com os jogadores de futebol. Folha - Isso ameaça a Lei do Passe no Brasil também? Raí - A tendência é acabar no mundo inteiro. A Europa tem um peso muito grande no mercado. Inicialmente, o preço do passe dos jogadores de outros países vai cair, pois os clubes europeus podem contratar jogadores daqui sem pagar nada. Folha - Isso vai prejudicar os jogadores brasileiros? Raí - Acho que vai ter repercussão no Brasil. Os clubes europeus vão pensar duas vezes antes de gastar muito dinheiro no passe de um brasileiro. Folha - Essas medidas não favorecem o clubes mais ricos, com mais dinheiro para oferecer aos melhores jogadores? Raí - Teoricamente, sim. Mas entre os clubes franceses não há mais o passe e, no ano passado, o Nantes, um clube relativamente pequeno, foi campeão. Ganhará quem formar uma equipe melhor, não quem gastar mais. Mas não importa quem leva vantagem com isso. Não se pode coibir o princípio de liberdade de trabalho, porque algum clube ou país será prejudicado. Texto Anterior: Futebol europeu se 'fecha' para o Brasil Próximo Texto: O QUE MUDA NO FUTEBOL EUROPEU Índice |
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