São Paulo, segunda-feira, 19 de fevereiro de 1996
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Escola de 'dactylographia' existe até hoje

DA REPORTAGEM LOCAL

A Escola Remington é a mais antiga e tradicional no ensino de datilografia no país. Fundada em 1914 por Herminio Gomes Moreira, existe até hoje.
Em 19 de fevereiro de 1921, a escola, que funcionava na rua São Bento, 59 (região central de São Paulo), publicou um anúncio na primeira edição da Folha.
"Optimas collocações não faltam. Faltam pessoas habilitadas", era o slogan.
A escola oferecia na época cursos de "dactylographia, correspondência, tachygraphia, cálculo commercial, contabilidade, inglês e francês".
O estabelecimento, que chegou a ter 2.000 alunos em 1967, conta hoje com 80 estudantes e tenta de todas as formas inovar no ensino da datilografia para sobreviver.
Na avaliação de Celso dos Santos, 65, proprietário da escola desde 1959 e autor de diversos livros sobre o assunto, apesar da difusão do uso do computador, "a datilografia não morreu".
"Mesmo para usar um computador, a pessoa precisa conhecer um teclado. E aí o ensino da datilografia é fundamental."
Sediada desde 1967 na rua Xavier de Toledo (região central), depois de passar por outros dois endereços, a escola tem hoje apenas cursos de datilografia. Mas, segundo Santos, são cursos mais sofisticados, numa adequação aos dias atuais.
A principal arma para enfrentar a queda de interesse é o curso de datilografia com computador, aberto há três anos.
O aluno aprende com a ajuda de um programa. As lições são feitas em uma tela de computador. Santos ressalva que não se trata de um curso de computação.
Aos 86 anos, a escola ainda mantém os cursos em máquinas de escrever tradicional, elétrica e eletrônica. Os preços variam de R$ 20,00 a R$ 111,00 por mês, de acordo com o curso e a carga horária.
Segundo Santos, um episódio trágico marca a história da escola. Em 1967, quando a Remington ainda funcionava na rua José Bonifácio, dois incêndios consecutivos atingiram prédios vizinhos.
A escola mudou de endereço, segundo ele, porque estava sob risco. "Com a mudança, para a rua Venceslau Brás, em seis meses caímos de 2.000 para 500 alunos".

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