São Paulo, segunda-feira, 19 de fevereiro de 1996 |
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FHC considera Japão sua principal viagem
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
Sua avaliação foi feita em reunião com ministros há dez dias e repetida no jantar oferecido pelo PFL, no sábado retrasado. O governo brasileiro estabeleceu os temas econômicos, políticos e comerciais, nessa ordem, como as prioridades da viagem. O Planalto prevê a assinatura de contratos de financiamentos de US$ 2 bilhões com agências japonesas. O dinheiro de organismos como o Eximbank (banco de comércio exterior) deve se destinar especialmente aos setores de energia, irrigação e infra-estrutura. A intenção é retomar o fluxo de recursos dos anos 70, interrompido pela moratória brasileira na década passada. Na parte econômica, as principais atividades devem ser um almoço na Keidanren (Federação das Organizações Econômicas) e os encontros com empresários. FHC já entendeu os sinais diplomáticos enviados a Brasília e deverá abordar em seus pronunciamentos, no Japão, a necessidade de o Brasil fazer aumentar sua poupança interna -uma preocupação dos investidores japoneses. Os ministros Sérgio Motta (Comunicações), José Serra (Planejamento) e Dorothea Werneck (Indústria e Comércio) integrarão a comitiva. Todos terão atividades individuais em que pretendem atrair negócios e investimentos. Dorothea vai inaugurar uma feira de produtos não-tradicionais para exportação e participará de seminário sobre turismo. Durante a viagem presidencial, a Toyota anunciará a instalação de uma fábrica de carros Corolla no Brasil. Uma missão de 80 a 100 empresários brasileiros deverá acompanhar a comitiva oficial. FHC tem interesse político na viagem. A influência do Japão seria uma adesão importante ao plano do Brasil de se integrar ao Conselho de Segurança da ONU. O programa oficial da visita ainda não está pronto, mas o presidente deverá discursar na Dieta, o Parlamento japonês. Ele fará uma visita ao primeiro-ministro Ryutaro Hashimoto e será recebido pelo imperador Akihito. Como todo chefe de Estado, FHC será homenageado com um banquete imperial e ficará hospedado no palácio de Akasaka, destinado aos hóspedes ilustres. Lá o presidente receberá empresários, dekasseguis (brasileiros que trabalham no Japão) e membros da congregação acadêmica da Universidade de Sofia, de quem receberá, com Ruth Cardoso, o título de doutor honoris causa. Fernando Henrique embarca em 9 de março para São Francisco (EUA), onde fica três dias e de onde segue para Tóquio. Texto Anterior: CUT critica acordo dos metalúrgicos Próximo Texto: Zedillo quebra protocolo mexicano ao recepcionar Fernando Henrique Índice |
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