São Paulo, segunda-feira, 19 de fevereiro de 1996
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Rádios oficiais devem tirar Mamonas do ar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As músicas do grupo "Mamonas Assassinas", sucesso entre os adolescentes do país, devem ter sua execução proibida nas emissoras da rádio Nacional, integrantes da rede oficial de comunicação do governo (Radiobrás).
A intenção de não executar as músicas dos Mamonas, geralmente recheadas de palavrões, é do diretor musical da Radiobrás, Antônio Antunes Praxedes, 57.
Ele reclama que sua neta de sete anos -cujo nome prefere preservar- está usando o termo suruba (orgia sexual), tema de "Vira-Vira", um dos sucessos do grupo. "Uma emissora de rádio oficial, feita com recursos públicos, não pode induzir ao povo o que é ruim", disse Praxedes.
A música dos Mamonas faz sucesso até entre nomes do primeiro escalão do governo FHC, como o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, que diz ter aprendido a letra com o presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães.
Praxedes não aceita usar a palavra censura para o veto aos Mamonas. O diretor se reuniu recentemente com os programadores musicais das rádios Nacional de Brasília e do Rio e manifestou sua preocupação com o nível da programação da rede.
O diretor musical da Radiobrás pediu aos programadores a relação de todas as músicas atualmente tocadas nas emissoras em todo o país, para que seja elaborado um "listão" do que poderá ser tocado.
Ele espera que as músicas dos Mamonas fiquem fora. Praxedes pretende ainda reintroduzir na Nacional a execução da "Ave Maria" diariamente às 18h.
"Este é um momento de reflexão, em que a pessoa está voltando do trabalho e medita sobre o que fez durante o dia. Nada melhor do que ouvi-la", disse.

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