São Paulo, segunda-feira, 19 de fevereiro de 1996
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Brasil leva 'jeitinho' para Tóquio

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Entre produtos e dekasseguis (trabalhadores estrangeiros radicados no Japão), o Brasil exportou também seu "jeitinho". Um episódio vivido pelo deputado Paulo Bornhausen (PFL-SC) na semana retrasada, em Tóquio, ilustra essa face do intercâmbio cultural entre os dois países.
Bornhausen marcou um encontro com os gerentes da agência do Banco do Brasil e foi recebido à porta. Estranhou um enorme caminhão-baú estacionado com o pisca-alerta ligado e o motor funcionando bem em frente à agência.
Após longa conversa com os funcionários do banco, Bornhausen saiu e foi novamente levado à porta. O veículo continuava lá. "O que esse caminhão faz aí?", perguntou.
O subgerente do BB explicou que aquele era um supermercado de produtos brasileiros que aproveitava a localização da agência e a grande afluência de dekasseguis brasileiros.
Bornhausen quis saber se era permitido um caminhão ficar estacionado no local. Resposta: os donos do caminhão descobriram que, se ele ficar com o pisca-alerta ligado, o motor funcionando e o motorista dentro, não há limite de tempo.
O diálogo entre o deputado e o gerente foi interrompido por um funcionário do supermercado, que, após abrir a porta do caminhão, gritou para o representante do BB: "Sua picanha já chegou". E o gerente: "Põe na conta".
(JRT)

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