São Paulo, segunda-feira, 19 de fevereiro de 1996
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Escolas evitam falar das chuvas

VICTOR AGOSTINHO
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa), Jorge Castanheira, disse ontem que o desfile de Carnaval não deveria fazer referência à tragédia das chuvas na cidade.
"Seria importante não misturar a tragédia das chuvas com a festa do Carnaval, com a alegria. Agora é o momento de colocar a festa na avenida", afirmou.
Na semana passada, fortes chuvas atingiram o Rio, causando a morte de 68 pessoas e deixando mais de 6.000 desabrigados.
Segundo Castanheira, nenhuma escola do Grupo Especial procurou a Liga para reclamar de estragos em carros alegóricos ou fantasias causados pela chuva.
Castanheira disse, minutos antes de a primeira escola iniciar seu desfile, que os bicheiros cariocas estão fazendo falta este ano.
Na opinião de Castanheira, "a organização deles é muito forte. Havia muito poder de decisão".
"Quanto ao dinheiro que eles sempre colocam nas escolas, não posso falar nada. A Liga não recebe dinheiro dos bicheiros", disse. Atualmente, 12 bicheiros ligados ao Carnaval carioca estão presos.
Muito nervoso por causa do atraso no início do desfile da Unidos da Tijuca, o presidente da Liesa não parava de "rezar para São Pedro não deixar chover".
"Ontem (sábado) houve muito atraso. Não quero que isso se repita hoje", disse Castanheira.
(VA)

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