São Paulo, segunda-feira, 19 de fevereiro de 1996
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Desfile apressado pode prejudicar a Gaviões

DA REPORTAGEM LOCAL

O desfile da Gaviões da Fiel, grande expectativa de vitória neste Carnaval, decepcionou. A multidão levantou e cantou o samba enredo, mas a escola da maior torcida organizada do país se apressou na avenida.
Com medo de um possível atraso, a escola se adiantou e terminou o desfile 12 minutos antes do previsto. Os componentes correram, formando grandes buracos entre as alas e prejudicando o conjunto.
O propósito do enredo deste ano, "Quem viver verá o vinte virar", era mostrar tudo o que é necessário para viver bem no século 21, segundo o carnavalesco Raul Diniz.
Para tentar faturar o bicampeonato, a Gaviões desfilou com cerca de 4.000 componentes, segundo Paulo Romano, o Jamelão, presidente da Gaviões. A escola venceu no ano passado com o enredo "Coisa boa é para sempre".
A Gaviões só se tornou escola de samba em 1990 -antes era bloco-, mas participa do Carnaval de rua paulistano há 26 anos.
Embora recente, a escola tem a vantagem de contar com a empatia da grande torcida corintiana, ligação que faz questão de reforçar. A fantasia dos 300 integrantes da bateria da Gaviões, por exemplo, era uma versão "cibernética" de São Jorge, o santo que dá nome ao estádio do time.
A atriz Dercy Gonçalves, o grupo de samba Negritude Júnior, e o jogador de vôlei Maurício foram os grandes destaques.
A Gaviões tinha torcedores fanáticos tanto na arquibancada quanto nos camarotes. Num dos mais baladados, o da casa noturna Moinho Santo Antônio, a torcida começava por um de seus donos, o empresário José Victor Oliva.
Oliva e seus convidados famosos, como Zezé di Camargo e Luciano e alguns atores globais, foram embora logo depois da passagem da Gaviões.

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