São Paulo, segunda-feira, 19 de fevereiro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Zagallo critica a sua seleção
MÁRIO MAGALHÃES; MARCELO DAMATO
"Jogamos em ritmo de Quarta-feira de Cinzas, e não de domingo de Carnaval", disse. (MM e MD) * Folha - Como o senhor analisa o jogo? Zagallo - O Brasil não jogou nem 10% do que pode, até os 25min do segundo tempo. O Souza, então... Mas não quero falar sobre nomes. Folha - Por que a equipe jogou mal, na sua opinião? Zagallo - O time estava anestesiado, não jogou futebol. O gol de Juninho foi um gol bento, ajudado pelo vento. Estávamos desarrumados, desencontrados. Folha - Como se chegou à goleada? Zagallo - Ela não expressa o que foi o jogo. Os jogadores que vieram da Europa -Juninho, Caio e Roberto Carlos- não estavam no mesmo ritmo dos outros. Folha - O que é preciso fazer para melhorar? Zagallo - As coisas vão melhorar. Contra o Peru a equipe se descontrolou. Foi uma débâcle total. Qual o jogador que fez algo no primeiro tempo? Só Sávio. Folha - O que o senhor disse aos jogadores no intervalo? Zagallo - Paguei geral, pô. Falei: "É impossível o que está acontecendo. Vocês não entraram em campo." Folha - Haverá mudanças na escalação contra o Paraguai? Zagallo - A princípio, será a mesma que começou contra o Peru. Folha - Por que Marcelinho Souza (Corinthians) foi o escolhido para substituir Zé Elias, cortado? Zagallo - Porque ele jogou conosco em Concepción, no Chile, em 94. Já conhece nossa maneira de jogar e é bom jogador. Folha - O Brasil recebeu 5 cartões amarelos, contra 1 do Peru. Por que o senhor fala da violência alheia, e não do seu time? Zagallo - O futebol só vai crescer se a técnica superar a força. Se o jogador está errado, tem que dar amarelo. Texto Anterior: O JOGO Próximo Texto: Os ventos nos empurram para Atlanta Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |