São Paulo, segunda-feira, 19 de fevereiro de 1996 |
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Adolescentes encenam mito de Teseu
PATRÍCIA CERQUEIRA
No próximo dia 29, às 18h30, alunos do curso de teatro do Núcleo Isa Seppi, mostram ao público o mito de Teseu e o Minotauro. O ingresso é 1 kg de alimento (veja texto abaixo). Os atores, a maioria estudantes do colégio Lourenço Castanho, aprovaram a idéia da diretora Isa Seppi de adaptar a história. Ela começa pelo fim, com a morte de Ícaro, filho de Dédalo, o arquiteto do labirinto que acabou vítima de sua própria criação. Os cerca de 15 integrantes do grupo, que têm entre 14 e 16 anos, foram atrás de tudo: literatura sobre a história, cenário e roupas. Mas valeu tanto esforço. "O Labirinto" foi apresentado pela primeira vez, ano passado. Na platéia estavam só pais e alguns amigos dos atores. No final os aplausos deixaram todos exultantes e a diretora percebeu que poderia ir mais longe. No início deste ano, ela propôs uma nova apresentação. Os atores teens se apresentam no teatro do Lourenço Castanho. Foram convidados os 2.000 alunos do colégio. O núcleo já existe há cinco anos. O interesse deles pela arte de interpretar começou quando as aulas de teatro ainda faziam parte do currículo. "Houve tanta procura que decidi criar o núcleo", diz Isa. Ela trabalha com teatro desde os anos 70. Isa afirma que trabalhar com jovens é muito difícil. "Há muitas crises. Você tem de apreender a falar a língua deles." Mas o resultado é gratificante. Os garotos colocam emoção no que fazem. Às vezes, as interpretações são tão convincentes que acabam confundindo. "Colegas que viram a outra encenação de 'O Labirinto' saíram falando que o Beto (Roberto Campos, o Teseu) estava de caso com a Marcela (Scotti, a Ariadne)", conta Fernanda Sayeg, 15. Os atores adoram o teatro, mas são unânimes em um item: personagens apaixonados são um problema. Legal é fazer o vilão. "É terrível ficar sussurrando Oh, Teseu. Oh, Ariadne", brinca Thiago da Silva, o Dédalo, 16. ONDE ASSISTIR A PEÇA Colégio Lourenço Castanho - rua das Fiandeiras, 77, Vila Olímpia (zona sul de São Paulo), tel. (011) 542-6291, com Isa Seppi. Texto Anterior: Aminoácidos não são bombas Próximo Texto: CONHEÇA OS PERSONAGENS Índice |
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