São Paulo, segunda-feira, 19 de fevereiro de 1996
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Explosão em ônibus deixa oito feridos em Londres

OTÁVIO DIAS
DE LONDRES

Uma explosão ocorreu ontem às 22h38 (19h38 em Brasília) em um ônibus de dois andares no centro de Londres. Até as 2h10 da madrugada de hoje, havia notícias não-confirmadas de que três pessoas tinham morrido. Pelo menos oito pessoas ficaram feridas.
A polícia suspeita de um atentado da guerrilha IRA, que luta pela independência da Irlanda do Norte.
A explosão ocorreu em um ônibus que circulava pela rua Wellington, em frente ao hotel Waldorf, em Aldwych, próximo a Covent Garden, um dos principais pontos turísticos da cidade, com grande quantidade de teatros, bares e restaurantes.
A Scotland Yard afirmou não ter recebido nenhum aviso prévio do atentado. Até as 2h10 de hoje, o governo britânico não havia se pronunciado.
Embora ainda não haja confirmação de que o IRA (Exército Republicano Irlandês) seja responsável pela explosão de ontem à noite, essa é a terceira bomba colocada em Londres desde o último dia 9 de fevereiro.
No último dia 9, o IRA encerrou 17 meses de cessar-fogo de suas atividades terroristas com um atentado nas docas de Londres que deixou dois mortos e mais de cem feridos. O cessar-fogo foi encerrado depois de o governo britânico se recusar a negociar sem que o IRA entregasse as armas.
Na última quinta-feira, uma bomba de Semtex foi desativada antes de explodir em uma cabine telefônica na rua Charing Cross, situada na região mais turística da cidade. O IRA já assumiu responsabilidade por ambos os atentados.
"Estava andando pela rua e vi uma luminosidade no céu. Então vi o ônibus de dois andares, mas nada havia sobrado dele. Ele estava em pedaços. Pelos menos três pessoas estavam mortas", disse Anthony Yates, 26.
Ontem, o jornal britânico "Sunday Telegraph" publicou reportagem segundo a qual o presidente Bill Clinton está se recusando a renovar o visto de entrada nos Estados Unidos de Gerry Adams, líder do Sinn Fein, partido político ligado ao IRA (Exército Republicano Irlandês). De acordo com o jornal, Gerry Adams pediu renovação de três meses em seu visto no final de janeiro, mas não obteve resposta do governo norte-americano.
"Quando a Casa Branca nos informar sobre o que está acontecendo, faremos um comentário", disse um porta-voz do Sinn Fein.

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