São Paulo, terça-feira, 20 de fevereiro de 1996 |
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Gera Samba comemora sucesso
PATRICIA DECIA
Rejeitando o título de pagodeiros, os integrantes do Gera Samba dizem fazer samba de roda. "É samba do Recôncavo, coisa de candomblé, de caboclo", afirma o segundo vocalista da banda, Washington Silva Santos, 34. Após 13 anos de carreira, os integrantes da banda dizem que a entrada no Carnaval, há dois anos, foi o estopim do sucesso. "Nosso sucesso foi bom para o samba da Bahia, que era muito discriminado", diz o vocalista Beto Jamaica, que foi cantor do bloco afro Ilê-Aiyê durante cinco anos. Antes de estourar, o Gera Samba só se apresentavam em barzinhos e bailes populares em clubes de Salvador. Os músicos, que se conheceram na escola, tinham empregos paralelos para sobreviver. Agora, Santos e Beto Jamaica são sócios na produtora Bicho da Cara Preta, que cuida dos negócios do Gera Samba e do grupo Cia. do Pagode -que gravou a "Dança da Garrafa". A produtora também serve para receber compositores desconhecidos, como Berro e Cicinho, os criadores do "tchan". Boa parte do sucesso do Gera Samba está na letra das músicas, cheias de duplo sentido. "O povo gosta é de sacanagem. Tem que ter um duplo sentido, senão não prevalece", diz Santos. Outras três músicas do disco do Gera Samba estão sendo tocadas neste Carnaval: "Paquerei", "Beco do Siri" e "Pega, Rex". A última, conhecida como a música do "cabelinho", foi inspirada numa festa na casa do segurança do grupo, o Aluvaiá. É a história de um amigo que come e bebe, numa barraca de rua, mas não quer pagar. Para resolver o problema, o barraqueiro resolve "soltar o cachorro", o "Rex" do título. Texto Anterior: Daniela recebe Brown e promete 'surpresas' Próximo Texto: Bloco satiriza igreja Universal Índice |
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