São Paulo, terça-feira, 20 de fevereiro de 1996 |
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Bloco satiriza igreja Universal
LUIZ FRANCISCO
Os integrantes do bloco "Mudança do Garcia" iniciaram seu desfile na tarde de ontem. Sem abadás (fantasias que identificam o folião no bloco) e carregando faixas, placas e cartazes, os participantes ironizaram o presidente Fernando Henrique Cardoso, os deputados federais e a igreja Universal do Reino de Deus. "Cristo é o caminho. Edir Macedo é o pedágio", diz uma das faixas. Segundo o "Mudança do Garcia" (bloco que sai há 46 anos no Carnaval de Salvador), "o governo FHC está para o trabalhador assim como os radicais estão para a paz no Oriente Médio". Em outra faixa, os integrantes do bloco voltaram a criticar o governo FHC. "O governo FHC persegue os sacoleiros, enquanto a maioria das exportações é feita através de paraísos fiscais." Os deputados federais não foram esquecidos pelo bloco. "O projeto Sivam começou valendo US$ 600 milhões. Já está chegando a US$ 1,4 bilhão. Este é mais um ralo para escoar as verbas públicas", dizia uma das faixas. O "Mudança do Garcia" aproveitou o desfile para ironizar os debates sobre a reforma previdenciária. "A emenda da reforma previdenciária é pior que o soneto." O bloco satirizou também a violência nos grandes centros urbanos. "O Brasil não precisa da pena de morte porque já existe há muito tempo a morte sem pena: Candelária, Vigário Geral e Carandiru." A venda do Econômico também foi lembrada pelo bloco. "A venda do Econômico para o contribuinte foi um desastre." Além do "Mudança do Garcia", um outro bloco também alterou a rotina dos desfiles. Ontem à tarde, um grupo de travestis vestidos de "baianas" realizou a lavagem das escadas do Palácio dos Esportes (praça Castro Alves). Durante a lavagem, o Grupo Gay da Bahia, organizador da manifestação, distribuiu 5.000 camisinhas. Texto Anterior: Gera Samba comemora sucesso Próximo Texto: Salvador deve retirar 1,2 mi de lixo das ruas Índice |
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