São Paulo, terça-feira, 20 de fevereiro de 1996
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Desfile de Betinho faz público e integrantes da escola chorarem

CRISTINA GRILLO
DA SUCURSAL DO RIO

O Sambódromo chorou. A passagem do sociólogo Betinho, o D. Quixote da Império Serrano, emocionou o público e componentes da escola. A escola, a segunda a entrar na avenida, teve como enredo "E Verás Que Um Filho Teu Não Foge À Luta"
O desfile teve tom de protesto. A primeira ala mostrava grupo de sem-terra e o refrão do samba dizia que "quem é pobre tá com fome e quem é rico tá com medo".
O choro encontrou eco em Maria e Henrique -mulher e filho caçula de Betinho. Os dois seguiram o carro alegórico durante o desfile e choraram a partir da metade de avenida. "A galera está gritando que meu pai é campeão", disse Henrique, 13, tentando conter as lágrimas.
A escola de samba Unidos do Porto da Pedra inovou ao fazer um controle de qualidade das fantasias antes de abrir o 2º dia de desfiles.
Na Marquês de Sapucaí só entrou quem estava com a roupa perfeita. A comissão retirou das alas os que estavam com fantasias rasgadas ou quebradas.
Foi o primeiro ano da escola no Grupo Especial. O desfile foi luxuoso e custou R$ 700 mil, segundo o presidente Sérgio de Oliveira.
O luxo da Porto da Pedra fez um contraste com a Império, que trouxe fantasias simples e um samba que empolgou a avenida.
Betinho usava tarja negra no braço em homenagem às vítimas das enchentes e em protesto contra o "descaso das autoridades".
Depois da Império entrou a Estácio de Sá. A apresentação do enredo "De um novo mundo eu sou e uma nova cidade será" foi correta, mas não empolgou o público.

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