São Paulo, terça-feira, 20 de fevereiro de 1996 |
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Maia compara temporal a terremoto
SERGIO TORRES
Para Maia, que há dois dias percorre a região acompanhando a remoção dos destroços por tratores, aconteceu na zona oeste "um fenômeno parecido com um terremoto". O prefeito fez uma tentativa de explicar sua comparação. "Terremoto porque um terremoto gera uma avalanche e em seguida vem o impacto", afirmou Maia. Calçado com botas de borracha que enterrava na lama até o meio da canela, o prefeito circulou ontem de manhã por ruas devastadas nas imediações do largo do Anil, área nobre de Jacarepaguá. O Anil foi um das áreas mais prejudicadas pelos temporais. Cerca de 250 casas de classe média alta foram invadidas por toneladas de lama que desceram do maciço da Tijuca. A presença do prefeito junto aos funcionários encarregados da limpeza visa atenuar o efeito das declarações dadas por ele ao chegar dos Estados Unidos, na quarta-feira. Na ocasião, Maia disse que a cidade resistira bem às chuvas e que os estragos eram poucos. A população da zona oeste estava revoltada com as declarações do prefeito. A presença dele no local, dando explicações e prometendo ajuda a todos os que o procuravam, foi bem recebida pelos moradores. Maia prometeu aos habitantes do Anil que este ano não lhes será cobrado o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). "Nem o pessoal daqui nem de outras áreas de Jacarepaguá terá que pagar IPTU", disse o prefeito. Outra medida anunciada por Maia é a criação de um "fundo especial", com recursos de "uma organização não-governamental assistencial". Este fundo terá como atribuição contratar pessoas para a limpeza de casas e imóveis danificados por inundações e desmoronamentos. "As pessoas vão organizar a contratação de trabalhadores que atuarão como garis, por meio de contratos por prestação de serviços", disse o prefeito. A prioridade da prefeitura, disse Maia, é reconstruir os leitos dos rios da zona oste, desviados dos trajetos naturais após os temporais. Segundo o prefeito, também estão sendo analisadas as causas da avalanche no largo do Anil. "É uma situação de calamidade. Alguma coisa estourou em cima do morro, em área florestada. Não sei se algum reservatório natural ou artificial. Houve rolagem de pedras gigantescas, empurrando uma massa de terra muito grande." Texto Anterior: PAS _ A praga do corporativismo Próximo Texto: Tráfico pára transferência Índice |
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