São Paulo, terça-feira, 20 de fevereiro de 1996 |
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Loiras de condomínio invadem a avenida!
JOSÉ SIMÃO
E como é que tá a avenida? Tá como disse aquele cara do morro: com excesso de loira de condomínio. Rarará! E as peladas? São as mesmas do ano passado. Só que um ano mais velhas! Rarará. A Monique Evans eu já reconheço pelo umbigo! Não acredito! O carteiro tá passando aqui em casa agora. Em pleno Carnaval?! Aqui em São Paulo o carteiro passa antes da Mangueira. Isso é que é animação! Buemba! Buemba! Mil e cem paulistas só no Salgueiro. Mil e cem paulistas? Será que eles não confundiram com a Festa do Peão de Boiadeiro? Rarará. Paulista quando vê bumba-meu-boi pensa que tá em Barretos. Rarará. É mole? É mole mas sobe! E existe coisa mais kitsch que desfile de fantasia? Apresentado pela ex do Romário, a Monica Santoro: "O que impressiona é a luxúria da fantasia". Rarará. E aí entra o Pássaro Dourado do Fulgor da Manhã da Periquita de Fu Manchu. E são as mesmas plumas roxas do ano passado. E embaixo de toda fantasia de luxo masculino existe sempre um homem. Totalmente mulher! Rarará! Sê bela! Sê piranha! Sê lulite! Tá no ar o Piranhódromo de salão! Onde a bunda abunda. É o Carnaval onomatopaico: bumbum bumbum bumbum. Brasileiro pra entrar no Primeiro Mundo vai ter que começar a gostar de peito! Rarará. Não adianta moeda forte. Tem que gostar de peito! Rarará! E o cigano Igor no sambódromo de São Paulo? Simpaticérrimo e fala pelos cotovelos. Tudo o que não consegue falar na novela desconta fora do ar. O homem certo no lugar errado. "É o homem certo no lugar errado porque não tá aqui em casa comendo a gente". Rarará! Gritou uma amiga minha. E não vá fazer como aquele português que de tão consciente só tirava a camisinha na hora de transar. Rarará. Nóis sofre mas nóis goza. E gostoso! Vai-Vai indo que eu não vou! Texto Anterior: Disco compila sucessos de carnavais de antigamente Próximo Texto: 'Capricórnio' descreve destinos tortuosos Índice |
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