São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996 |
Próximo Texto |
Índice
Solução à vista; Efeito Lucena; Pressão externa; Desarmando espíritos; Ninguém se entende; Na contramão; Afogando-se em números; Descompasso; Tal pai, tal filho; Paladino da lei; Curto e grosso; Saudades da Índia; Pastiche sociológico; Para ler na cama; Divergência caseira; Recado incompleto; Repeteco Solução à vista Na avaliação do líder Michel Temer (PMDB-SP), o Congresso aprovaria facilmente medida anistiando os petroleiros e cancelando o leilão de sedes sindicais para pagar R$ 44,1 milhões em multa. No Senado, já há projetos assim. Efeito Lucena Depende da vontade do Planalto anistiar os petroleiros pela greve de 95. Se não houver solução jurídica, o Congresso já encontrou uma: "a saída Lucena". Havia decisão de tribunal superior, mas FHC sancionou projeto de anistia. Pressão externa A OIT (Organização Internacional do Trabalho) recomendou ao governo brasileiro que cancele as punições aos petroleiros. Respondendo a uma consulta da CUT, o Comitê de Liberdade Sindical da entidade enviou carta a FHC. Desarmando espíritos Comandante da greve de 95, Antônio Carlos Spis acha que governo e grevistas aprenderam "muitas coisas" desde o fim do movimento. Os petroleiros, por exemplo, aprenderam que é arriscado deixar a população sem gás. Ninguém se entende A Receita Federal culpa o Ministério do Planejamento pela previsão errada (R$ 9,6 bi a menos) de arrecadação em 1996. Já o ministério contesta o montante de R$ 20,7 bi em renúncia fiscal, calculado pela Receita. Na contramão Presidente da comissão, Renan Calheiros (PMDB-AL) diz que vota a Lei do Orçamento semana que vem, mesmo contra a vontade do governo. O problema, depois, fica com o plenário do Congresso. Afogando-se em números O governo terá de rever sua proposta de Orçamento, por mais que o ministro José Serra (Planejamento) não goste de falar sobre isso. As receitas previstas ficaram defasadas, segundo integrantes da Comissão de Orçamento. Descompasso Os militares precisam acertar o passo. Em reunião conjunta, perceberam que a Marinha tem as missões de paz no exterior como prioridade. O Exército nem toca no assunto, embora possua mais de mil homens fora do país. Tal pai, tal filho O filho mais velho de Vicentinho, Hudson, teve a sua ficha de filiação ao PT de Diadema impugnada. O partido alega que ele não preencheu o cadastro corretamente. Vicentinho não gostou da explicação e quer rever a medida. Paladino da lei Crítico no governo do acordo entre Fiesp e metalúrgicos de São Paulo para contratar sem carteira assinada, o vice Marco Maciel avisa: "Não se pode permitir a anomia (ausência de leis)". Curto e grosso De olho na sucessão de FHC, o ex-presidente Itamar Franco ficou irritado ao ser perguntado sobre a reeleição, anteontem no México. "Todo mundo sabe o que eu penso sobre reeleição", disparou. Saudades da Índia Na viagem ao México, os jornalistas deduziram que FHC mantém uma herança da recente ida à Índia: curva o corpo reverencialmente ao cumprimentar autoridades. Os mais maldosos acharam que a razão é sua hérnia de disco. Pastiche sociológico Dublê de cientista e político, FHC abusou do sociólogo Max Weber ao propor "a ética da solidariedade" no México. Weber é autor da distinção entre a ética da convicção (dos políticos) e a da responsabilidade (dos cientistas). Para ler na cama Comentário do historiador Marco Aurélio Garcia, membro da direção nacional do PT, sobre a preocupação social contida no discurso de FHC no México: "Vou ler à noite. É que ficção eu guardo para a hora de dormir". Divergência caseira Ao dizer que a fragmentação partidária é ruim para o Congresso, FHC se chocou com o Cebrap. Estudo recente da entidade que FHC presidiu sustenta que a quantidade de siglas não abala em nada a racionalidade do Legislativo. Recado incompleto O petista José Genoino (SP) concorda com as críticas de FHC aos políticos e partidos. "O presidente está absolutamente certo, só que deveria dizer isso diretamente para a sua base de sustentação." Repeteco A crítica de FHC aos partidos, no México, repetem o que disse em entrevista à revista "Esquerda 21". Nela, o presidente livra apenas um "pedacinho do PSDB" e uma "parte grande do PT". TIROTEIO De Arnaldo Faria de Sá (PPB-SP), sobre as críticas do ministro Reinhold Stephanes ao relatório da reforma da Previdência: - O Stephanes está chateado porque o relatório foi contra o interesse das empresas de previdência privada, que pleiteavam um teto máximo de benefícios de três salários mínimos. Próximo Texto: Festa de gala Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |