São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996 |
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Governo negocia com 5 bancadas informais Ruralistas formam maior grupo LUCIO VAZ
Elas fazem reuniões periódicas, contam com listas de adesões e são recebidas em comitiva nos ministérios da Fazenda e do Planejamento e por FHC. A maior e mais forte, a dos ruralistas, conta com o apoio de cerca de 140 deputados e 30 senadores. No primeiro semestre de 95, conseguiu acordo que custou cerca de R$ 2,8 bilhões ao governo. Os ruralistas defendem melhores preços para os produtos agrícolas, taxas de juros subsidiadas, o perdão de dívidas antigas e pagamentos em atraso do Proagro (programa que cobre perdas agrícolas). Há subdivisões. O grupo ligado ao setor da cana-de-açúcar tem 40 membros. O da pecuária leiteira tem 80 membros. Há ainda os subgrupos do cacau, da laranja e de outros produtos. A bancada da saúde, de cerca de 80 membros, está dividida. O grupo ligado ao setor privado defende melhores taxas de serviços para hospitais e pagamentos atrasados do Sistema Único de Saúde. O grupo ligado ao setor público quer mais verbas para a saúde. A bancada dos calçadistas, com cerca de cem integrantes, reúne parlamentares do Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas. Conseguiu, em 95, elevar de 20% para 63% a alíquota de importação do setor. As reivindicações dos setores ligados à indústria são parecidos. Querem elevar alíquotas e impor cotas a produtos que chegam ao país mais baratos do que similares nacionais. A bancada ligada ao setor do vestuário, com 40 integrantes, queixa-se da prática de "dumping" pelos países asiáticos. A da cerâmica, com cerca de 20 membros, tem núcleo em Santa Catarina e acusa países da Ásia de subsidiar mão-de-obra, matéria-prima e energia. Uma nova bancada está surgindo, a rodoviária. Organizada pelo deputado Basílio Villani (PPB-PR), busca mais verbas para recuperação de estradas. Texto Anterior: Elites são o alvo preferido Próximo Texto: AS BANCADAS INFORMAIS NO CONGRESSO Índice |
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