São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996 |
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Índios obtêm pela primeira vez financiamento bancário
EUGÊNIO NASCIMENTO
Embora tutelados pelo Estado, os índios esperam, com o financiamento, ampliar sua autonomia em relação ao governo. "Queremos atingir a total independência do poder público", afirmou o líder Apolônio Xocó. O financiamento -de R$ 297 mil- foi obtido junto ao BNB (Banco do Nordeste do Brasil) e será destinado a atividades agropecuárias. Os índios terão de pagar a primeira parcela em 98, quando, acreditam, terão os primeiros resultados do investimento. Os recursos começaram a ser liberados para a Associação Indígena do Povo Xocó e já estão sendo aplicados em agricultura, pecuária e na aquisição de equipamentos para a irrigação de uma área de 46 hectares na ilha de São Pedro, no município de Porto da Folha (a 190 km de Aracaju), onde vivem os índios. Os recursos são provenientes do Procera (Programa de Crédito Especial para a Reforma Agrária) e foram obtidos depois de muita insistência junto ao BNB. Como o dinheiro do programa é exclusivo para assentados em áreas de reforma agrária, os xocós pediram apoio da Funai e do Incra. "Os xocós demonstraram capacidade de negociação e isso viabilizou o empréstimo", afirmou o coordenador de Assuntos Externos da Funai, Edson Luís Ferreira. Os índios já possuem, para consumo interno, cem cabeças de gado, criações de galinhas e porcos e produções de frutas, milho, arroz, mandioca e feijão. O excedente é vendido em mercados e feiras. A tribo tem 400 pessoas, possui uma área de 2.500 hectares e pleiteia outros 1.600 hectares. Texto Anterior: Região registra aumento de 50% Próximo Texto: Xocós gravam CD de cânticos Índice |
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