São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996 |
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Banco Multiplic registra em 95 lucro de R$ 107 milhões
RODNEY VERGILI
Como resultado dos ajustes internos, em 95 o balanço registrou lucro de R$ 107 milhões. A taxa de retorno sobre o patrimônio (o dinheiro próprio) do banco em 95 foi de 30,5%, contra média de 14,1% entre 20 bancos que já divulgaram seus balanços. O impacto do início do Plano Real foi expressivo no Multiplic, que fechou o balanço de 94 com prejuízo de R$ 79 milhões. A instituição possuía títulos públicos corrigidos pelo IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado) e o governo adotou um "expurgo" na correção no início do Plano Real. O Multiplic contestou em juízo o "expurgo" aplicado pelo governo e acabou perdendo a condição de "dealer" (distribuidor oficial de títulos) do Banco Central. O presidente do Banco Multiplic, Manoel Felix Cintra Neto, explica que para reverter o prejuízo e apurar lucro houve a adoção de uma série de medidas. Ao contrário da maioria dos bancos, o Multiplic contraiu sua carteira de empréstimos, fugindo da inadimplência (atraso nos pagamentos) de clientes. O volume de operações de crédito caiu de R$ 921 milhões em 94 para R$ 262 milhões em 95. Mesmo assim, o banco aumentou a provisão (ou seja, fez uma reserva) para devedores duvidosos. Ela passou de R$ 13 milhões em 94 para R$ 36 milhões em 95. A estratégia foi deixar de lado as operações tradicionais de crédito (capital de giro, por exemplo) e se concentrar em negócios como banco de investimento. Houve também preferência pelos papéis privados (por exemplo, debêntures). A carteira de papéis públicos diminuiu de R$ 770 milhões em 94 para R$ 48 milhões em 95. O banco também reduziu pela metade o número de funcionários (de 600 para 300 pessoas). Texto Anterior: Cervejarias têm melhor Carnaval dos anos 90 Índice |
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