São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996 |
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Pacote vai reativar programa do álcool FHC deverá anunciar as medidas MÁRCIO DE MORAIS
Estão sob estudo quase 25 medidas. Elas dão incentivo à compra do carro a álcool (entre elas IPVA ainda menor e financiamento a taxistas), estimulam o plantio e comercialização da cana-de-açúcar e a produção industrial de álcool (hidratado e anidro), inclusive com vistas à exportação. O Brasil produz 60% do álcool mundial e mesmo assim tem um déficit crônico para uso automotivo (neste caso, álcool anidro), de quase 2 bilhões de litros anuais. O anidro é misturado à gasolina. A ministra da Indústria e do Comércio, Dorothea Werneck, está convencida de que as medidas darão um novo rumo ao Proálcool. As medidas, sob estudo reservado de Dorothea, têm recebido total apoio dos colegas de ministério -especialmente dos ministros Raimundo Brito (Minas e Energia) e Fazenda (Pedro Malan), que também discutem o assunto. A meta é, conforme apurou a Folha, garantir a manutenção e até a ampliação do uso do carro a álcool como alternativa ao movido a gasolina, desenvolver tecnologias no setor e criar empregos -uma fixação do presidente Fernando Henrique nos projetos oficiais deste ano. O Proálcool criou, em seu apogeu, 1,5 milhão de empregos. O sonho de FHC é ver esse número se repetir nos próximos anos. Isso tudo tendo como pano de fundo o charme do apelo ecológico do Proálcool, reconhecido internacionalmente -o álcool é menos poluente que a gasolina. Para o governo, o Proálcool pode render bons frutos nas relações internacionais. Os estrategistas do governo federal desenvolveram a avaliação de que a disputa pelo poder na Arábia Saudita poderá resultar em uma nova e perigosa crise do petróleo no Oriente Médio. Isso reforça o apelo sobre a importância estratégica do Proálcool. Texto Anterior: México registra superávit Próximo Texto: Treinador rebate acusações Índice |
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