São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996
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Recorde, surpresa e decepção

CARLOS SARLI

Após a segunda etapa, de 14 previstas para este ano, do Coca-Cola/ASP World Tour (WCT), primeira divisão do surfe mundial, muita coisa já pode ser comentada deste começo de temporada.
O Billabong Pro terminado no último domingo comprovou que um período de espera mais elástico, associado à mobilidade do evento, dá muito mais oportunidade para os surfistas apresentarem um melhor nível técnico.
Kelly Slater começou o ano vencendo e mostrando porque foi tricampeão em 95. Nas ondas pequenas de Narrabeen, na primeira etapa, apresentou um repertório de manobras que não só lhe valeu a vitória como o aumento da expectativa de que ele venha a quebrar todos os recordes do esporte.
Já na segunda etapa, seu maior êxito foi repetir a vitória apertada sobre Mark Occhilupo no Pipe Masters. No Billabong não foi além de um 9º lugar, o pior resultado que somou em 95.
As duas primeiras competições deste ano mostraram que o time brasileiro, no seu todo, tem chance de representar bem o país. Victor Ribas, sexto colocado em 95, ainda não acertou. Em compensação, seus colegas Renan Rocha e Teco Padaratz já subiram ao pódio. Renan ficou em 3º no Coke Classic e Teco repetiu o resultado no último fim-de-semana.
O melhor brasileiro até agora é o paranaense Peterson Rosa, campeão brasileiro de 94 e vice em 95, que ocupa a 9ª posição. Anfitriões do começo da temporada, a terceira etapa será em Bell's Beach de 2 a 12 de abril, os australianos têm apenas quatro posições entre os chamados Top Sixteen e nenhum entre os cinco primeiros.
Quem surpreende, talvez surpresa seja um exagero, são os havaianos. Donos das melhores ondas do planeta, até a vitória de Derek Ho em 93, a participação dos ilhéus era discreta. De lá para cá, Sunny Garcia chegou próximo ao título nos dois últimos anos, o garoto Kalani Robb foi "Rookie of the Year" -o surfista que mais subiu posições- em 95, e o time havaiano ocupa três das quatro primeiras colocações do ranking.
Mas o fato mais importante deste começo de temporada foi com o californiano Shane Beschen, 21, campeão norte-americano de 92. Ele estabeleceu o novo recorde de pontos conquistados em uma bateria. Das dez ondas possíveis, das quais as três melhores são computadas, Beschen surfou apenas cinco, e em três delas conseguiu notas 10. Em 21 anos de Mundial foi a primeira que isto aconteceu.

Notas
Infelizmente, como havia previsto, aconteceu a primeira baixa do Circuito Brasileiro de Surfe Profissional. A Sea Club, marca de surfwear da Alpargatas, anunciou o cancelamento do Final Heat, etapa que há oito anos decidia o circuito.

Teco Padaratz teve um grande estímulo para chegar até a semifinal do Billabong Pro. No sábado, enquanto vencia as baterias contra Nathan Webster e Ross Williams em Burleigh Heads, Austrália, sua mulher, Gabriela, dava à luz a uma menina, o primeiro filho do casal, em Florianópolis. Dois dias antes seu colega Fábio Gouveia foi papai pela terceira vez.

Os brasileiros que disputam o WQS não vão repetir o vacilo de 95 quando deixaram de participar da perna australiana. Escolados e atraídos por etapas fortes, esta semana rola uma de três estrelas e em março duas de quatro, os que almejam uma vaga na primeira divisão vão estar lá em peso.

o alpinista paulistano José Luis Pauletto, 38, obteve mais recorde um em sua galeria. No dia 16 de janeiro ele subiu os 6.960 metros do monte Aconcágua, Argentina, em cinco horas e 29 minutos, 16 mais rápido que o recorde anterior.

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