São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996
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Presidente colombiano pede pena de morte para crimes hediondos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente da Colômbia, Ernesto Samper, propôs a implantação no país da pena de morte para crimes considerados hediondos, como sequestros e massacres.
Ele pediu ao Congresso que faça uma reforma constitucional para aprovar a condenação, abolida no país em 1910. A condenação máxima para qualquer crime na Colômbia é de 60 anos.
Segundo o governo, há um sequestro a cada sete horas. Em 95, 1.060 pessoas foram sequestradas.
No caso das chacinas, só na região de Urabá (norte) foram realizados 12 massacres no ano passado, com o saldo de 120 mortos.
O primeiro grupo a criticar o projeto foi a Anistia Internacional. "Consideramos a pena de morte uma forma extrema de castigo, que viola o direito à vida e um passo retrógrado", disse.
A Igreja Católica também condenou o projeto. "É um instrumento perigoso num país cuja Justiça é parcial", disse o bispo Libardo Ramírez.
O presidente do Congresso, Julio César Guerra, considerou o tema muito delicado. "Talvez a prisão perpétua seria o ideal."
Samper busca resgatar sua imagem, abalada pela investigação no Congresso sobre seu suposto envolvimento com o narcotráfico.
O chanceler colombiano, Ricardo Pardo, reconheceu ontem que o país se transformou em uma "narcodemocracia", devido à influência de cartéis da droga na política.

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