São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996
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Estudantes protestam em Buenos Aires contra repressão policial

DENISE CHRISPIM MARIN
DE BUENOS AIRES

Cerca de 2.000 estudantes argentinos protestaram ontem diante da sede do governo da Província de Buenos Aires e do Tribunal de Justiça contra a repressão policial em uma manifestação de universitários anteontem em La Plata.
Os manifestantes também exigiam a libertação de 11 estudantes presos. Eles foram libertados na noite de ontem. Outros 221 foram libertados antes, sob a condição de reconhecer oficialmente que haviam causado "distúrbios".
Eles foram presos quando protestavam contra a possível aplicação, na Universidade Nacional de La Plata, da Lei de Ensino Superior, que estabelece a cobrança de mensalidades em universidades públicas. Na terça-feira, a instituição decidiu em assembléia que não cobrará pelo ensino.
A ação policial, que deixou pelo menos cinco feridos, incluindo a presidente da Associação das Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, 67, foi amplamente criticada na Argentina.
A polícia afirmou ter agido corretamente, mas o governador da Província, Eduardo Duhalde, pediu a abertura de inquérito.
O chefe da polícia da Província, Pedro Klodzic, assumiu a responsabilidade pela repressão. Ele acusou Hebe de Bonafini de provocar os distúrbios. "A ordem é minha. Eu disse que, se houvesse delitos, eles deveriam agir, e foi isso que aconteceu", disse.
A LES, cuja aplicação depende de cada instituição, foi contestada na Justiça por 20 das 32 universidades públicas argentinas.

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