São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996
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Buchanan tenta evitar o apoio da cúpula a Dole

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O jornalista ultraconservador Pat Buchanan (pronuncia-se Pét Biuquénan) ameaçou ontem "tomar" o Partido Republicano de sua cúpula caso resolva "decretar" que ele não tem condições de se eleger presidente dos EUA.
"Nós vamos tomar o nosso partido de volta se eles (os dirigentes partidários) decidirem ungir Bob Dole, apesar da vontade dos eleitores", afirmou.
O senador Bob Dole (pronuncia-se Bób Doul) definiu a campanha pela candidatura republicana daqui para frente como "a luta entre a esperança e o medo, entre a liberdade e a intolerância".
O terceiro aspirante com chances de conseguir a candidatura, Lamar Alexander (pronuncia-se Lamár Alegzénder), sugeriu que Dole renuncie e o apóie como única alternativa de centro ao extremista Buchanan.
Dole reagiu à sugestão de Alexander, 55, com desprezo: "Não acredito que ele tenha dito isso. Ele está falido, e ninguém consegue dinheiro terminando sempre em terceiro lugar como ele".
Buchanan, 57, venceu na terça-feira a importante primária de New Hampshire, com 27% dos votos, contra 26% de Dole e 23% de Alexander. Buchanan teve 2.476 votos a mais do que Dole, num total de 205.784.
Apesar da diferença, a menor desde 1976, quando Gerald Ford teve 1.587 votos a mais que Ronald Reagan, a vitória de Buchanan revigorou seus entusiasmados militantes e realçou a vulnerabilidade eleitoral de Dole.
Embora Buchanan tenha obtido porcentagem menor do eleitorado de New Hampshire anteontem do que já conseguira em 1992 (quando teve 37,4%), ele agora passa a ser um dos personagens principais do drama político do país.
Mas suas dificuldades continuam enormes. Segundo a Comissão Federal de Eleições, Buchanan tem no banco para a sua campanha política US$ 101 mil, contra US$ 4,8 milhões de Dole e US$ 425 mil de Alexander.
Ontem, Dole, 72, recebeu o apoio de mais um senador, o 32º dos 53 de seu partido. Espera-se para esta semana a adesão de outros dois governadores (ele já conta com 24 dos 31 do partido).
O empresário Steve Forbes (pronuncia-se Stív Fórbs), quarto em New Hampshire, com 12% dos votos, prometeu manter sua autofinanciada campanha.
Forbes, 48, tem boas chances de vitória no pequeno Estado de Delaware, que realiza sua primária no sábado. Mas apenas uma vitória ali será insuficiente para reanimar sua candidatura.
Só Forbes e o senador Phil Gramm (pronuncia-se Fil Grém), que já desistiu de sua candidatura, investiram em Delaware, que manda apenas 12 delegados (de um total de 1.984) à convenção do Partido Republicano.

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