São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996
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Resultado favorece Clinton

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Para Bill Clinton, o "dia seguinte" de New Hampshire não poderia ter sido melhor.
O partido da oposição está rachado, o menos viável de seus candidatos venceu a eleição, o mais temido pela Casa Branca terminou em terceiro lugar, e o mais provável adversário do presidente em novembro saiu machucado.
Melhor ainda: o partido da oposição abandonou os assuntos que lhe deram maioria no Congresso em 1994, e seus líderes estão de tal maneira ocupados em se atacar mutuamente que se esqueceram de criticar o governo.
Clinton parece estar caminhando para uma reeleição tranquila, como a de Richard Nixon em 1972 ou a de Ronald Reagan em 1984.
O cenário Nixon seria o da improvável vitória republicana de Buchanan, que faria o papel de George McGovern há 24 anos, o de radical demais para a maioria do seu partido (Nixon teve 60,7% dos votos, McGovern, 37,5%).
A hipótese Reagan seria a sobrevivência do centrista Dole enfraquecido por Buchanan como Walter Mondale depois de enfrentar Jesse Jackson (Reagan conseguiu 58,8%, Mondale, 40,6%).
A possibilidade de uma terceira candidatura forte surgir da insatisfação com a candidatura republicana (Ross Perot de novo?) também seria excelente para Clinton, que se elegeu em 1992 graças a esse tipo de situação.
O único desdobramento desfavorável para o presidente seria a inesperada união do establishment republicano em torno de Alexander como única saída para evitar o pesadelo de Buchanan candidato.
Fora isso, o maior adversário de Clinton é ele próprio. Apesar de a economia estar indo bem em seu governo, ele continua incapaz de ganhar a confiança da maioria da população. Além disso, as investigações sobre o caso Whitewater ainda podem aumentar sua impopularidade.
(CELS)

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