São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996
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Sem-terra; Ensino religioso; Comparação; Fechamento da USP; Zona Franca; Análise em falta; Aniversário

Sem-terra
"Gostaria de registrar que as informações contidas no meu artigo 'Sem medo dos sem-terra: conhecendo a história' (21/2) foram em grande parte obtidas junto ao professor Bernardo Mançano Fernandes, da Unesp de Presidente Prudente, que tem reunido grande documentação sobre o tema, incluindo a tese 'A ocupação do Pontal do Paranapanema', 1981, do geógrafo José Ferrari Leite. Os juízes que tardam a colocar em liberdade Diolinda e os líderes do MST parecem desconhecer a evolução da propriedade da terra na região."
Marta Suplicy, deputada federal pelo PT-SP (São Paulo, SP)

Ensino religioso
"Todos os Estados do Brasil têm o ensino religioso nas suas escolas. Somente São Paulo ainda descumpre os dispositivos da Constituição Federal e Estadual. A Igreja Católica em nenhum momento solicitou privilégio para si e os alunos católicos. Desejamos que também os protestantes o tenham. Repelimos a desinformação de que o governo do Estado deveria contratar 25 mil novos professores. Como cada turma teria apenas uma aula semanal, o mesmo professor certamente poderia assumir o ensino religioso em duas e até em três escolas da mesma cidade. Lamento a posição contrária ao ensino religioso assumida pela Folha em seus editoriais. As famílias católicas e evangélicas estão preocupadas com as atitudes da secretária da Educação, com as hesitações do governador Mário Covas. Por que sobrepor o mero ensino à verdadeira educação, que é formação integral do educando?"
D. Amaury Castanho, bispo coadjutor de Jundiaí (Itu, SP)

Comparação
"No dia 28/1 foi publicado um quadro comparativo entre os preços de um vaso de petúnias do estande da Roselândia na Festa do Verde e o de um mesmo vaso da Floricultura Bandeirantes (situada em Higienópolis, São Paulo). O preço oferecido pelo estande Roselândia é menor devido a fatos e benefícios oriundos da própria festa em si, o que a coloca em situação vantajosa em relação à Floricultura Bandeirantes. A realização da Festa do Verde do Ibirapuera atrai muitos compradores, logo, é evidente que haja minoração dos preços em virtude do grande número de compradores, o que cria a imediatidade da venda. Essa imediatidade de venda impede que ocorram perdas da mercadoria. Essas perdas representam por volta de 50% da mercadoria. Como custos de uma floricultura temos: ponto comercial, aluguel real ou ficto, tributação, encargos sociais e trabalhistas, imobilização de capital com automóveis para entregas, despesas de entrega, embalagens de presente, dentre outros, o que inocorre com um estande de feira. A Floricultura Bandeirantes possui uma clientela muito exigente, o que faz com que os produtos tenham de ter uma qualidade acima da média, o que não ocorre com os estandes. Não há como comparar o que cada uma delas oferece a título de embalagem, enfeite e embelezamento. O título da publicação sendo 'Compare e Escolha', e mencionando tais valores, prejudica sobremaneira a Floricultura Bandeirantes, que fica com a pecha de ser 'careira', quando na verdade pratica preços semelhantes, com pequena variação, aos dos seus concorrentes de mesmo nível."
Rubens Ferreira de Castro, advogado e procurador da Floricultura Bandeirantes (Guarulhos, SP)

Nota da Redação - A seção "Compare e Escolha" não tem por objetivo apurar o custo das lojas citadas. Traz apenas os preços cobrados por produtos similares.

Fechamento da USP
"Excelente o artigo de Marcelo Coelho ('USP merece invasão dos sem-parque'). Ele resume com precisão um sentimento engasgado na garganta dos cidadãos que moram em São Paulo. Ele mostra que, infelizmente, os cidadãos e a USP estão cada vez mais distantes. Lembro apenas que são esses cidadãos, com seus impostos, que mantêm aquele espaço, seus servidores, professores, reitores e administradores. O que sentem os 'donos' da USP quando cometem senão um crime pelo menos um ato contra o cidadão? Até quando vai durar essa arrogância?"
Sergio Leopoldo Rodrigues (São Paulo, SP)

Zona Franca
"A indústria de CDs instalada na Zona Franca de Manaus cumpre religiosamente o Processo Produtivo Básico fixado pela Portaria Interministerial nº 185 de 28/7/93, sendo que das três indústrias aqui instaladas uma já cumpre além do exigido pela referida portaria, cumprindo todas as etapas de fabricação, e as outras duas estão ultimando medidas para atender todas as etapas na Zona Franca de Manaus. O artigo do jornalista Fernando Rodrigues aborda a questão com falta de informações. A empresa que já cumpre todas as etapas do Processo Produtivo Básico para a produção de CDs é o que existe de mais moderno em termos de tecnologia no mundo, dispondo atualmente de sete linhas de produção totalmente automatizadas com capacidade de produção de 5 milhões de CDs/mês, o que poderá atender a 50% da demanda prevista para 96 para esse mercado. O CD é totalmente produzido na Zona Franca de Manaus a partir das matérias-primas -policarbonato- e as caixas plásticas que embalam os CDs também são produzidas na Zona Franca de Manaus a partir da matéria-prima -poliestireno. Há uma indústria na Zona Franca de injeção plástica que dispõe de 75 injetoras e com capacidade de fornecer 10 milhões de caixas plásticas para embalar CDs, atendendo toda a demanda local e fornecendo inclusive para a Sony Music no Rio de Janeiro, com preços e qualidade internacionais."
Cristovão Marques Pinto, presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas -Cieam (Manaus, AM)

Resposta do jornalista Fernando Rodrigues - Não houve "falta de informações" como diz o sr. Marques Pinto. A coluna não apontou algo ilegal. Apenas afirmou que cerca de 80% dos CDs produzidos no país são enviados para Manaus, onde são embalados para depois voltarem para outras regiões com isenção de impostos e a inscrição "produzido na Zona Franca de Manaus". Esse dado é correto e não foi contestado pelo leitor.

Análise em falta
"O que surpreende mais do que a simples assinatura de acordo envolvendo um denominado contrato temporário de trabalho são as raras análises mais profundas dos hábitos dos grupos dirigentes dos sindicatos filiados à Força Sindical. No começo do século era facílimo reconhecer os sindicalistas amarelos e o significado do termo cromático. Dos anos 30 aos anos 60 era facílimo reconhecer os pelegos, nova etapa do amarelismo. Terminamos o século com a Força elevando o amarelo a amarelão."
Olavo Cabral Ramos Filho (Rio de Janeiro, RJ)

Aniversário
A Folha agradece os cumprimentos pela passagem do seu 75º aniversário que recebeu de: Paulo Maluf, prefeito de São Paulo (São Paulo, SP); Luiza Erundina de Sousa, ex-prefeita de São Paulo (São Paulo, SP); Arthur Roquete de Macedo, reitor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho -Unesp (São Paulo, SP); Pedro Paulo Martoni Branco, diretor-executivo da Fundação Seade -Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (São Paulo, SP); Alberto Dualib, presidente do Sport Club Corinthians Paulista (São Paulo, SP); Dieter Fanta, presidente, e Vanilton Senatore, diretor-executivo da Associação Olimpíadas Especiais Brasil (Valinhos, SP); Alexandre Lima, diretor de atendimento da Agência Mind Ltda. (Cruzeiro, SP).

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