São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996
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Jerusalém exige mente aberta do visitante

SERGE SCHMEMANN
DO "TRAVEL/THE NEW YORK TIMES"

Qualquer livro ou guia de viagem a Jerusalém sempre tem algo de redundante. Esse baluarte de pedra amarela atrai multidões há séculos e continuará chamando-as por séculos futuros, porque as pessoas vão para lá em busca dos lugares sagrados de sua fé -o Gólgota, a Muralha Ocidental- e pelo fervor espiritual e os conflitos que eles representam.
Uma literatura farta sobre Jerusalém existe em todas as línguas, dirigida a todas as religiões, e o único conselho a ser dado a quem vem para cá numa peregrinação pessoal ou religiosa é que venha preparado e com a mente aberta.
Jerusalém é a capital da Israel moderna, abrigando o edifício da Suprema Corte e o memorial Yad Vashem, ao Holocausto.
Jerusalém também é o setor árabe, Jerusalém Oriental, rico em aromas de temperos e "shashliks" (churrasquinhos de carneiro no espeto) quentíssimos.
E é a encruzilhada por onde incontáveis civilizações já deixaram sua marca -a rua de Hérodes, sob a Muralha Ocidental, templos romanos, igrejas bizantinas, palácios otomanos, azulejos armênios e shoppings americanos.
Entre os muitos museus de Jerusalém, um dos mais belos é o Museu Israel (708-811), um edifício moderno situado na cidade nova.
Seu extenso acervo inclui desde objetos judaicos até um jardim de esculturas com obras de Henry Moore e um Santuário das Escrituras, onde estão fragmentos dos Manuscritos do Mar Morto.
Quem tiver tempo e energia para sair à procura de algumas das vistas mais belas da Cidade Velha sentirá que valeu a pena. As vistas mais memoráveis são as que se têm desde o monte das Oliveiras ou do Haas Promenade. Os táxis cobram preços razoáveis -uma volta pelo centro custa US$ 5.
Uma maneira de conhecer Jerusalém sem gastar muito é pegar o ônibus 99, que sai do portão Jaffa de hora em hora.
O bilhete custa US$ 5 e é válido por um dia inteiro. O turista pode descer ou subir onde quiser.
Em cada ponto histórico onde o ônibus pára, o motorista oferece uma breve explicação sobre o local, em hebraico e inglês. O ônibus funciona de domingo a quinta-feira, das 10h às 16h, e às sextas-feiras, até o meio-dia.
Um passeio fascinante a fazer é uma visita aos túneis na Muralha Ocidental. Essas escavações, realizadas por Israel depois da guerra de 1967, se estendem por 450 metros, revelando pedras da muralha do templo que chegam a pesar 570 toneladas cada e seções de estradas e túneis de água da antiguidade.

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sobre Jerusalém à pág. 6-10
Tradução de Clara Allain

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