São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Esqueça o pato de Pequim na capital

FRED MADERSBACHER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Perto da Cidade Proibida fica a famosa praça Tiananmen, que parece sempre vazia, pois foi concebida para 1 milhão de manifestantes. Com 400 mil metros quadrados, é a maior praça do mundo.
Lá encontram-se o mausoléu de Mao, o Monumento dos Heróis do Povo e o Museu Nacional. Não há bancos nessa praça política: os cidadãos podem sentar-se no chão.
Reserve um dia para a Cidade Proibida e outro para o Museu Nacional, que está cheio de fabulosas obras de arte milenares.
Mais um dia para o Templo do Céu e seus museus e talvez outro para o observatório astronômico antigo. E reserve no mínimo mais dois dias para caminhar pela cidade, nas calçadas limpas, apenas cheias de poeira trazida pelo vento (e varrida por velhas de avental e gorro brancos).
Não vi nenhuma mosca, apesar da água estagnada dos fossos da Cidade Proibida. Mas as janelas do hotel, com ar-condicionado, não abrem, dando apenas a visão dos tetos vermelhos dos antigos palácios imperiais.
Entre nos grandes estabelecimentos comerciais (cujos bonecos, modelando roupas, datam estranhamente da década de 50) e nas lojinhas, onde você pode comprar latas da boa cerveja local (como a Tsingtau, do tipo alemão) ou importadas, como a Guiness.
Passeie nas feiras livres e nos mercados, cheios de comidas exóticas, como legumes nunca vistos ou peixes, crustáceos e cobras vivas, e onde pode degustar coisas estranhas. E não esqueça a única livraria que oferece livros em inglês. Nas Friendship Store (todos no mapa), poderá comprar "chinoiseries" e cortes de seda pura.
Atrás das lojas de muitas das ruas "finas" está escondido um emaranhado de becos, fervilhando de gente humilde, casinhas dentro de casebres, aberturas estreitas que dão espaço para passagens perdidas numa confusão atravancada, cobrindo casas inteiras.
Muitas estão sendo derrubadas; hoje o espaço vital por pessoa é de sete metros quadrados; para o ano 2000, espera-se que atinja 20.
Mas, nos bairros novos -e nos terrenos limpos-, edifícios altos -especialmente hotéis de luxo e escritórios de multinacionais- crescem como cogumelos.
Numa rua em frente de um hospital vi médicos (ou enfermeiros), de jaleco e gorro branco fazendo alongamento nos transeuntes, consertando as articulações.
Fast food
Se insistir, poderá lanchar até no McDonald's -que cada chofer de táxi conhece, bem perto da praça Tiananmen-, comer um frango assado numa das lojas da Kentucky Fried Chicken ou, mais simples, encomendar um prato com cerveja num boteco qualquer.
Deixe o pato de Pequim para quando estiver em Londres ou Paris. Isso evita decepções.
Depois de tudo isso, poderá contratar uma excursão à Grande Muralha (que se estende até perto de Pequim) e às tumbas dos imperadores Ming e Qing.
Depois, embarque no programa turístico previsto, que talvez deva incluir monumentos como os templos taoístas, confucionistas e lamaístas.

Texto Anterior: Pequim merece uma aventura exclusiva
Próximo Texto: NHT movimenta mais 54% no ano passado; Hyatt moderniza seus telefones em Orlando; Vasp anuncia vôo para o Japão a partir de maio; Operadoras turísticas fazem encontro em SP; Lufthansa transporta 40 milhões todo ano; Curso de inglês atrai os maiores de 50 anos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.