São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 1996 |
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País gasta R$ 1,4 bi com trigo
JOSÉ ALBERTO GONÇALVES
No ano passado, o país gastou US$ 1,2 bilhão na importação de 6,3 milhões de toneladas de trigo, segundo cálculos da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. Neste ano, as importações devem consumir US$ 1,4 bilhão, de acordo com a secretaria, mesmo com a previsão de incremento na produção nacional. É que os preços do trigo subiram no mercado internacional, por conta da quebra da safra em vários países produtores. A safra brasileira -que começa a ser plantada em maio para ser colhida a partir de agosto- deve render 2,7 milhões de toneladas, segundo as projeções do governo. Esse volume é 80% superior ao da safra de 95, o que deve reduzir as importações para cerca de 5,6 milhões de toneladas. A política do governo para o trigo tem sido oscilante. Até 1990, a venda do grão era monopolizada pelo governo, que subsidiava os preços e entregava o produto mais barato aos moinhos. A partir de 91, o governo praticamente abandonou os produtores, privatizando a comercialização. O problema do trigo brasileiro é a baixa produtividade e a qualidade inferior ao produto canadense ou argentino. O grão importado é preferido pelos moinhos por ser mais adequado à panificação. No Paraná, o maior produtor nacional, as instituições de pesquisa, como a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e o Iapar (Instituto Agronômico do PR), lançaram diversas variedades de trigo superior nos últimos três anos. A expectativa é de que neste ano 90% da área da cultura no Estado seja semeada com trigo superior, mais do que o dobro dos 40% cultivados em 94. Resta, ainda, aumentar a produtividade do grão, que mal chega aos 2.000 kg/ha, enquanto nos principais países produtores o agricultor colhe, em média, pelo menos 3.000 kg/ha. Texto Anterior: Copesul exigirá mais recursos Próximo Texto: Presidentes abrem festa desde 1950 Índice |
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