São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 1996
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Francisco Morato recolheu 250 armas

DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de Francisco Morato, Silvério José Pelizari Pinto (PSDB), disse que foram arrecadadas 250 armas de fogo durante a campanha de desarmamento feita na cidade entre 2 de abril de 94 e 1º de maio de 94.
Segundo o prefeito, além de trocar armas de fogo por cestas básicas, a campanha também trocava armas de brinquedos das crianças por caderno e lápis.
Quem trocava a arma ganhava também um cupom para concorrer a prêmios (eletrodomésticos) sorteados uma vez por semana.
As trocas eram feitas em um posto de saúde e era garantido o anonimato de quem fosse entregar os armamentos.
As armas arrecadadas foram inutilizadas com ácido, misturadas à massa de concreto e enterradas em uma praça na cidade, sob uma lápide com a inscrição "Aqui jaz a violência".
A campanha foi idealizada pela Sociedade Brasileira de Ajuda Mútua, uma entidade sem fins lucrativos presidida por Marlene Porto Wentzler, 60.
Marlene diz que o saldo foi positivo, mas não acredita que a iniciativa possa funcionar em uma cidade como São Paulo.
"Qualquer coisa que traga à tona o mínimo de civismo das pessoas vale a pena, é mais uma questão de sensibilizar a população", diz. "O problema é que quem tem arma registrada dificilmente entrega, e o bandido, por sua vez, consegue com uma arma na mão ganhar mais que 500 cestas básicas."
Em Francisco Morato, segundo Marlene, muitas armas acabaram sendo entregues por parentes de ladrões ou traficantes, que iam atrás da cesta básica.
"Já o próprio bandido entregava uma arma velha, que era apenas mais uma em seu arsenal."

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