São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 1996
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Geração de empregos será usada na defesa

PAULO FERRAZ
ESPECIAL PARA A FOLHA

A promessa de geração de 100 mil novos empregos foi o principal argumento usado pelo setor sucro-alcooleiro para convencer o governo a reativar o Proálcool.
Outro argumento é a possibilidade de redução na emissão de gases poluentes, melhorando as condições de vida nos principais centros urbanos do país.
Mais empregos e menos poluição também são a contrapartida oferecida ao contribuinte, que é quem vai pagar a conta da reativação do programa.
"As duas vantagens se equivalem em importância, embora seja mais fácil identificar os benefícios na geração de empregos. É difícil dizer quantas pessoas serão beneficiadas com a queda dos níveis de poluição nas principais cidades do país. Sabe-se, entretanto, que esse benefício é muito grande em termos de saúde pública", diz Oscar Figueiredo Filho.
Cícero Junqueira Franco defende até uma grande campanha de conscientização popular para as vantagens do uso do álcool como combustível, a exemplo do que aconteceu quando do lançamento do Proálcool, em 1975.
A criação dos 100 mil novos empregos, segundo Figueiredo, seria necessária para a manutenção de uma produção de 12 bilhões de litros de álcool por ano.
Essa quantidade seria suficiente para abastecer a frota de 4,5 milhões de carros a álcool existente hoje no país.
"Hoje, o Brasil está importando 2 bilhões de litros de álcool metanol e etanol para suprir nossas necessidades", afirma Figueiredo.
"A fixação do homem no campo é outra das vantagens do Proálcool. Na Europa, por exemplo, eles desenvolveram o álcool de sorgo. Segundo eles, só a fixação do homem no campo já justificaria plenamente os investimentos."
Cícero Junqueira Franco diz não acreditar que a credibilidade do Proálcool esteja desgastada por causa da queda na produção de carros a álcool e do colapso no abastecimento do combustível ocorrida no final da década de 80.

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