São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 1996
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Mês abre temporada de caça ao casamento

AURELIANO BIANCARELLI; LÚCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

Até os projetos sentimentais são adiados para depois do Carnaval. Nas agências de casamento, os telefones passam a tocar sem parar já na segunda-feira de Carnaval. "É como se a folia realçasse a solidão das pessoas", diz Márcia Goldschmidt, da agência de casamentos Happy End.
O número de ligações aumenta ainda mais a partir da Quarta-Feira de Cinzas. Nesta última, por exemplo, Márcia recebeu 47 telefonemas, duas vezes mais do que a média de ligações registradas nos outros dias.
"O Carnaval está muito ligado a amores fugazes", avalia ela. Passada a folia, as pessoas começariam a buscar companhias mais duradouras.
"É diferente de épocas como Natal e Dia dos Namorados, quando a procura também aumenta", diz Márcia. "A impressão é que, depois do Carnaval, as pessoas têm mais pressa."
A produtora de eventos Luciene Cristina de Lima, 25, inscreveu-se na agência Happy End já na quinta-feira. "Passei o ano sozinha, mas no Carnaval a solidão me pareceu ainda maior. Aí decidi procurar a agência."
Luciene disse que teve um namorado famoso, o ministro Pelé, quando ele ainda estava solteiro, em 1991. "Durou alguns meses", ela conta. Hoje, morando com os pais, Luciene está à procura de um parceiro com quem se identifique. "Não sou de aventuras", avisa.
Na agência Teiwaz, também de São Paulo, a procura quase triplica depois da Quarta-Feira de Cinzas. "Os homens que telefonam em janeiro dizem que vão aproveitar as festas e depois voltam para uma entrevista", diz Iracema Ramos Orlando Pereira, sócia da agência. "O Carnaval fica como uma despedida de solteiro."
Outros dizem que estão cansados de, a cada Carnaval, apresentar uma namorada diferente para os filhos, lembra Iracema.
O número de processos novos aumenta mais de um terço entre fevereiro e março. No ano passado, o cartório da Capela do Socorro (zona sul) -um dos maiores da cidade, que realiza, em média, 3.000 casamentos por ano- teve um aumento de 36% nesses meses.
Os preparativos só começam em março. A loja Nova Noiva, de São Paulo, atendeu 80 pessoas em fevereiro. Para março, são esperadas 180 noivas.
(Aureliano Biancarelli e Lúcia Martins)

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