São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 1996 |
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Professor já doou seu corpo
AURELIANO BIANCARELLI
"Não quero ser comido pelos vermes. Prefiro ser útil aos estudantes", disse. As mesas vazias não o assustaram. "É meu cadáver que estará aqui. Minha alma terá ido para outro lugar." Montesanti é americano, engenheiro em mineralogia e fala cinco línguas. Oito anos atrás, trocou Long Beach, na Califórnia, pela busca de pedras preciosas no Brasil. Hoje divide seu tempo entre a produção de buquês de flores com pedras semipreciosas e aulas de literatura inglesa. Aos domingos, ele mesmo prepara o nhoque que divide com o filho de 18 anos. Montesanti é viúvo e tem um segundo filho morando nos EUA. A partir desta semana, portará um cartão onde se lê em letras douradas: "Informo com prazer que doei meu corpo para a Universidade de Santo Amaro. Em caso de falecimento, informe pelo telefone (011) 529-5800." (AB) Texto Anterior: Faculdades lutam por doação de cadáveres Índice |
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