São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 1996
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Competitividade beneficia área de moda

CARLA ARANHA SCHTRUK
DA REPORTAGEM LOCAL

A competitividade crescente entre as empresas do setor, registrada desde o início desta década, criou uma procura inédita pelo profissional de moda. Resultado: a profissão está em alta e deve crescer ainda mais nos próximos anos.
"Pela primeira vez, as empresas estão atrás de mão-de-obra qualificada, por uma questão de sobrevivência", analisa Richard Petric, 46, gerente de marketing da Abravesp (Associação Brasileira do Vestuário) e professor de moda da Faculdade Anhembi Morumbi.
"Elas estão percebendo que só assim poderão ganhar a concorrência interna e a briga com as roupas e tecidos importados", diz.
O profissional de moda pode trabalhar em confecções, indústrias têxteis, de complementos -como as que fabricam aviamentos, por exemplo- malharias, grandes magazines e estamparias. Também existe a possibilidade de fornecer consultoria.
O salário inicial na área é de R$ 1.000, em média, para os que cursaram a faculdade de moda. O curso está disponível em dez faculdades do país. Nos primeiros cinco anos do exercício da profissão, a remuneração não ultrapassa os R$ 3.000 mensais (veja quadro).
A afirmação é de Vera Lígia Gibert, 46, coordenadora do curso de moda da Faculdade Santa Marcelina, considerada por profissionais do ramo como um dos melhores do Estado de São Paulo.
As áreas de especialização que oferecem as melhores oportunidades são as de gerência de produto e a coordenação de moda.
O gerente de produto mescla administração e marketing com a execução das idéias aprovadas para a coleção. Ele avalia também custos, viabilidade de produção e o sucesso das roupas junto ao público da marca.
Quem faz coordenação de moda pesquisa tendências e desenvolve coleções, com base nas expectativas dos consumidores.
"Há também os estilistas, que têm um estilo pessoal e costumam vender para públicos selecionados. Para eles, o mercado não é tão aberto", afirma Petric.
A consultoria em moda é outro campo em expansão. Mas, para entrar nesse mercado, é preciso ter experiência de no mínimo dez anos na área e já ser um nome bastante conhecido no meio.
Quem chega lá afirma que vale a pena. Mauro José Pereira, 36, consultor, afirma que o valor médio da hora de trabalho é de R$ 150.
A maioria dos consultores também dá cursos e palestras. "A remuneração é muito boa, dá para ganhar R$ 10 mil por mês ou até mais", afirma.
Segundo ele, os Estados que reservam as melhores oportunidades -e não somente para consultoria- são São Paulo, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.
Para Elisabeta Marzano, 60, coordenadora geral da Faculdade Marcelo Tupinambá, que oferece curso superior de moda, o mercado desses Estados tem comportado os recém-formados.
"Acredito que quem tiver capacidade para captar tendências, bastante criatividade e visão de mercado tem boas chances de ser bem-sucedido na profissão."

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