São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 1996 |
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Fusca tem bom motor e pouco conforto
HENRIQUE SKUJIS
A campanha tinha razão: o desempenho do Fusca é suficiente para rodar na cidade e até para se aventurar em viagens mais longas. Comparado com os concorrentes de sua faixa de preço (Corsa, Gol 1.000, Hobby e Mille), o Fusca tem o melhor desempenho. O carro conta com motor de 1.600 centímetros cúbicos (cc), contra os 1.000 cc dos concorrentes. Além disso, o motor de torque (força em baixa rotação) alto reduz a necessidade de troca de marchas, facilitando a dirigibilidade do carro. A terceira marcha dá conta de retomadas de velocidade e funciona bem em baixa e alta rotação. Outra grande qualidade do Fusca é sua robustez. A suspensão forte leva bem o carro em terrenos acidentados, ruas da cidade e estradas de terra. Mas as virtudes do Fusca ficam por aí. O projeto de 1936 pouco evoluiu nessas seis décadas. O carro conta com transmissão manual de quatro marchas. É o único carro nacional produzido em série com essa característica -e talvez o único no mundo. Em altas rotações, o motor pede uma quinta marcha e perde potência. A alavanca de câmbio tem empunhadura rudimentar e a troca de marchas é dura e imprecisa. Enquanto o carro é grande por fora -maior que os concorrentes-, o espaço interno é limitado. O motorista tem pouco mobilidade para os ombros e braços. O painel não traz porta-objetos e oferece apenas o indispensável. O motor traseiro "joga" o porta-malas para a dianteira, limitando seu espaço útil. O nível de ruído é elevado, tanto para o motorista como para quem está do lado de fora. As manobras ficam prejudicadas pelo volante grande e pela visibilidade limitada na dianteira, causada pelo capô alto, e na traseira, pelo pequeno vidro. O espelho retrovisor do lado do motorista se move com o carro em alta velocidade devido ao vento. Além disso, o retrovisor externo do lado direito não é item de série. Texto Anterior: Exportação; Segurança Próximo Texto: Usuários não abrem mão do velho 'besouro' Índice |
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