São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 1996
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Fidel diz ter provas de que país foi invadido

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo cubano disse ontem aos EUA que tem fitas cassete que provam que os aviões derrubados violaram o seu espaço aéreo. Segundo Cuba, os pilotos enviaram "respostas desafiantes" ao pedido de que eles regressassem.
Navios americanos participam, junto com forças cubanas, da missão de resgate do avião e de suas vítimas, dentro do limite territorial de 12 milhas (19 km). Segundo Cuba, essa ação é um reconhecimento implícito dos EUA de que o incidente ocorreu em território cubano.
O governo admitiu oficialmente na manhã de ontem que derrubou os aviões. Em Havana, a situação permaneceu tranquila mesmo após a notícia: a maioria da população se preparava para a última noite do Carnaval local, e uma caravana de torcedores do time de beisebol Industriales fez uma festa pelo campeonato nacional no Malecón (avenida costeira da capital).
O presidente Fidel Castro chamou os invasores de piratas, disse que a derrubada dos aviões serve de lição para os dissidentes que tentem invadir a ilha e que continuará "adotando as mesmas medidas".
O grupo Irmãos para o Resgate também disse que tem fitas com o diálogo de seus pilotos com os controladores de vôo cubanos. Segundo seu líder, José Basulto, que pilotava um avião que não foi atingido, eles estavam fora do espaço aéreo cubano.
"Os caças Mig interceptaram nosso curso e então observamos bolas de fumaça e fogo", disse.
Os passageiros do navio Majesty of the Seas, que faziam um cruzeiro pelo Caribe, viram o ataque. Um deles disse que os aviões cubanos "apareceram do nada e dispararam".
Um dos passageiros registrou em vídeo o momento do ataque. A fita, mostrada pela emissora americana WSVN, tem baixa qualidade, mas mostra uma bola de fumaça negra após o impacto. O navio chegou ontem a Miami (Flórida).

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