São Paulo, quarta-feira, 28 de fevereiro de 1996 |
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Violonista lança trilha sonora do sertão de Guimarães Rosa
SYLVIA COLOMBO
A procura pelo roteiro de Guimarães começou no final dos anos 70, quando ele se mudou temporariamente para o norte de Minas. "A intenção era fazer uma pesquisa musical de campo." O músico paulista viveu na vila Porto de Manga, na região do Urucuia, sertão de Minas Gerais, que é citada numa ilustração em "Grande Sertão: Veredas". "Rio Abaixo" é uma trilha sonora da literatura do romancista. Animais, lendas, sons da natureza e figuras do sertão são seus temas. Em "Receita de Pacto", Freire lembra o mito -em que os sertanejos acreditam piamente- do violeiro como o homem que fez o pacto com o diabo. Crença parecida acompanha a história do blues norte-americano, a de que o demônio afina as cordas do músico em troca de sua alma. Depois de tocar com os violeiros da região, Freire começou a gravar suas composições usando a linguagem musical do sertão. O nome do disco, "Rio Abaixo", é também o de uma afinação dos músicos do sertão. "A principal diferença do nosso jeito de tocar e o deles é que eles possuem uma infinidade de afinações." A afinação é feita na mão direita só com o polegar, o indicador funcionando como uma palheta. Freire intercala seu lado sertanista com o de músico internacional. A partir de maio vai mostrar a música do Urucuia na Bélgica, Holanda, Alemanha e Suíça. Disco: Rio Abaixo Lançamento: Pau Brasil (tel. 814-9404) Texto Anterior: Caio Fernando Abreu deixa inéditos e projetos Próximo Texto: Moda 96! Tendência é baixar as calças! Índice |
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