São Paulo, quinta-feira, 29 de fevereiro de 1996
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Carismáticos promovem Partido Solidarista

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

Setores da Renovação Carismática Católica (RCC) estão engajados na construção do PSN (Partido Solidarista Nacional), que, em setembro passado, obteve seu registro provisório na Justiça Eleitoral.
A relação dos carismáticos com o PSN foi levantada, nesta semana, em reunião da direção da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Na reunião, foi lido trecho de um folheto que definia o partido como "instrumento de evangelização da vida pública brasileira".
A atuação dos carismáticos é vista com desconfiança por setores da Igreja Católica comprometidos com a Teologia da Libertação -corrente que privilegia a necessidade de mudanças sociais.
Em 1994, a CNBB divulgou um documento que estabelecia parâmetros para a atuação dos carismáticos -havia preocupação com uma suposta banalização de dons atribuídos ao Espírito Santo.
O presidente da comissão provisória do PSN, Philippe Guedon, negou que o partido seja vinculado à RCC. Afirmou, porém, que "muitos companheiros carismáticos" estão integrados a ele.
Oriundo de outro movimento católico -o Equipes de Nossa Senhora-, Guedon disse que políticos como o deputado estadual José Miguel Martini (PSDB-MG) ajudaram a levar a proposta do PSN aos carismáticos.
Ele afirmou que, entre outros, o deputado federal Osmâncio Pereira (PSDB-MG) e o estadual Emerson Neroni (PT-PR) foram eleitos com o apoio dos carismáticos.
Ex-coordenador nacional da RCC, Pereira também negou que o PSN pertença ao movimento.
O coordenador arquidiocesano da RCC em Belo Horizonte (MG), Manuel Lopes de Freitas Filho, confirmou que o movimento apoiou "candidaturas de cristãos" -mas disse que a RCC não foi vinculada a esses políticos. "Somos independentes de partidos."

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