São Paulo, quinta-feira, 29 de fevereiro de 1996
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Patentes; Teoria e prática; Exercício de evasivas; Falta de seriedade; O outro lado; Hipocrisia; Estratégia errada; Reflexão; Reclamação; Aniversário

Patentes
"Congratulamo-nos com a Folha pelas informações que vem fornecendo sobre a 'Lei de Patentes'. Sobre a coluna de Fernando Rodrigues do dia 27/2 gostaria, entretanto, de esclarecer três fatos. 1) Ao contrário do que afirma o colunista, o Brasil tem lei de patentes que respeita integralmente as convenções internacionais em vigor. O atual Código de Propriedade Industrial data de 1971. Não é o senador Suassuna, mas o Gatt que concede um prazo de cinco anos para o Brasil atualizar sua legislação patentária. 2) Nos poucos setores não-protegidos por patente na lei atual (como alimentos, remédios e seres vivos) ninguém paga direitos pelos conhecimentos, cujo uso é livre no Brasil para brasileiros e para qualquer outra pessoa. 3) O projeto atual tramita no Senado desde junho de 1993 e há quase cinco anos (desde abril de 1991) no Congresso Nacional. E, por fim, uma Lei de Propriedade Industrial deveria, no mínimo, ser debatida e votada com a devida prudência."
Marina Silva, senadora pelo PT-AC (Brasília, DF)

Teoria e prática
"Excelente o artigo do ex-governador Franco Montoro, publicado na Folha de 19/2. Combater o desemprego com o apoio das pequenas empresas (agricultura familiar, construção de habitação popular, turismo e educação para o trabalho) constitui-se em um verdadeiro projeto de desenvolvimento para o país. Como o meu caro amigo e ex-governador é do PSDB, pergunto: 1) Por que o governo não faz isso agora ou mais, por que não começou a fazer há um ano?; 2) Por que apóia, em vez de projetos adequados como esses, planos que tiram dinheiro da previdência e direitos do trabalhador, dizendo que é para diminuir o desemprego? Será que vamos ter de viver continuamente com um discurso e uma prática oposta?"
José Aristodemo Pinotti, deputado federal pelo PMDB-SP (São Paulo, SP)

Exercício de evasivas
"A resposta da jornalista Sônia Mossri à minha carta publicada na edição de 25/2 nada responde. É um exercício de evasivas. A repórter não explica de onde tirou os dados irrealistas, as reuniões inexistentes e os acordos hipotéticos citados em sua reportagem de 23/2. No mínimo dá para suspeitar da qualidade das 'fontes' que a jornalista diz possuir."
Inácio Muzzi, coordenador de Comunicação Social do Ministério do Planejamento e Orçamento (Brasília, DF)

Resposta da jornalista Sônia Mossri - O jornalista tem o direito de preservar a sua fonte. Principalmente nesse caso, em que a fonte é do próprio Ministério do Planejamento.

Falta de seriedade
"A reportagem da Folha não tratou com seriedade os debates dos pré-candidatos do PT à Prefeitura de São Paulo. Dividir nossa militância em 'patricinhas de esquerda', 'amassadores de barro' ou 'militância barulhenta' e não apresentar nenhuma das questões programáticas debatidas é uma simplificação bastante grosseira. Os leitores da Folha merecem conhecer melhor quais são as questões que polemizam nossa militância em vez de rótulos irônicos que pouco acrescentam. Afinal, o PT é o único partido a debater de forma aberta suas propostas e seus candidatos."
Jilmar Tatto, presidente da Direção Executiva Municipal do PT (SP), seguem-se 12 assinaturas (São Paulo, SP)

O outro lado
"Ficamos todos impressionados com a tragédia das enchentes. A Folha mais uma vez cumpriu o seu papel, fazendo uma excelente cobertura jornalística, porém não entrevistou o prefeito de São Paulo, sr. Paulo Salim Maluf. Isso nos causa profunda estranheza pelo fato de que quando dona Luiza Erundina foi prefeita de São Paulo, começava a chover na cabeceira do rio Tietê, em Mogi das Cruzes, e toda a imprensa já começava a procurar a prefeita para dar declarações e sua foto saía em 'todos' os jornais. Esperamos sempre deste jornal e dos outros um jornalismo sério, em que sempre prevaleçam os dois lados do fato."
Paulo Azevedo Cavalcanti, seguem-se mais quatro assinaturas (São Paulo, SP)

Hipocrisia
"Ok, não é de bom-tom a força(?) aérea cubana sair por aí derrubando aviões em seu espaço aéreo. Mas eu gostaria muito de imaginar qual seria a reação 'ianque' se aviões 'humanitários' cubanos invadissem o espaço aéreo da Flórida. Quanta hipocrisia, santo Deus!"
Henrique Veltman (São Paulo, SP)

Estratégia errada
"Lamentável -para alguém como eu, que teve dois irmãos assassinados, uma irmã tendo sofrido duas tentativas de estupro, mãe assaltada com revólver no peito, desencadeando o uso do marcapasso, para ser roubada no dinheiro da feira, e uma tia tendo o pulso cortado para ser roubada a bolsa, como também há 18 anos convivendo com crianças, adolescentes e jovens com seus vários casos de violências, sofridas e praticadas, na Capela do Socorro e Parelheiros- saber que a discussão em torno de drogas concentra-se em liberar ou não a maconha, como também procurar um 'jeitinho brasileiro' de desarmar a população como solução para a violência. Gostaria de aproveitar este espaço para informar que na periferia maconha é coisa de 'Maria Fumaça', droga mesmo é o crack, e que quem tem arma não parece disposto a trocá-la por nada. Sugestão: tentem combater a violência com democracia social urgente; isso quer dizer saúde, alimentação, educação, moradia, lazer e, o mais difícil, salário digno."
Luiz Carlos dos Santos, coordenador do Centro Pastoral de Orientação e Educação à Juventude (São Paulo, SP)

Reflexão
"Acompanhei com animação a entrevista de Otavio Frias Filho na TV Cultura em 26/2. Tratou-se não apenas de um espetáculo oral de língua portuguesa, mas, também, de uma oportunidade de reflexão sobre o desejo e a importância de valorizar-se o texto brasileiro, na perspectiva da técnica voltada à mensagem pretendida."
Marlise de Cássia Bassfeld (Curitiba, PR)

Reclamação
"Já que a Folha se gabou tanto devido à inauguração do Centro Gráfico, qual a explicação que me dá para a má impressão que a cada dia aparece nos exemplares da Folha? Não tem um dia em que o meu exemplar chegue com uma perfeita impressão, sem aquelas páginas incompletas, impossibilitando a leitura das reportagens. Eu, como assinante interiorano, sinto-me rejeitado, devido à preferência que a Folha demonstra pelos outros Estados. Como uma correta forma de tratar seus assinantes deveria, ao menos, contemplá-los com as edições da Revista da Folha. Preferi expor todos os meus descontentamentos em um só texto pela forma pela qual o 'Painel do Leitor' vem limitando os problemas e queixas de leitores. Esta coluna cede espaço a deputados, diretores, presidentes de empresas, secretarias. Que tal, já que leitores muito pouco opinam nesta coluna, providenciarem nova designação?"
Evaldo Rodrigo Capato (Piracicaba, SP)

Aniversário
A Folha agradece os cumprimentos pela passagem do seu 75º aniversário que recebeu de: Emerson Kapaz, secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo (São Paulo, SP); Antônio Cabrera, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (São Paulo, SP); Nilo Ramos, vice-presidente de marketing da Monark Operadora de Turismo (São Paulo, SP); José Domingos Del Ciello, diretor da Cibramar Comércio e Indústria Ltda. (São Paulo, SP); Antonio Palocci Filho, prefeito de Ribeirão Preto (Ribeirão Preto, SP); Hypólito Pinto de Souza, coronel PM chefe da Assistência PM da Secretaria de Segurança Pública (São Paulo, SP); Roberto Lemes da Silva, coronel PM chefe da Assistência Militar da Assembléia Legislativa (São Paulo, SP).

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