São Paulo, sexta-feira, 1 de março de 1996
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Medo presidencial; Crise de paternidade; Dos males, o menor; Duela a quien duela; Na ponta da língua; Ouvidos moucos; Mexendo em vespeiro; Xadrez parlamentar; Cortina de fumaça; Rédea solta; Volta para casa; O jogo dos Sarney; Regras da partida; Primeiro round; Voando alto; Agora é tarde; Visita à Folha

DOS MALES, O MENOR

Medo presidencial
O Planalto teme o depoimento de Gustavo Loyola na terça no Senado. Um auxiliar de FHC diz que o presidente do BC "tem personalidade fraca". Saiu do Planalto a ordem para adiar o depoimento, que estava marcado para ontem.

Crise de paternidade
Na avaliação do Planalto, o presidente do BC vacilou ao deixar crescer a crise do Nacional. Agora, o governo diz que a crise é do sistema financeiro. Mas justificou o Proer afirmando que colocaria ordem na casa e evitaria crises.

O governo quer que o depoimento de Gustavo Loyola no Senado seja convincente o suficiente para evitar uma CPI. Os governistas têm saudade de Pérsio Arida, que teve bom desempenho quando foi sabatinado por deputados.

Duela a quien duela
Ao discutir com senadores anteontem operações fraudulentas do Banco Nacional conhecidas pelo BC, FHC prometeu apurar tudo e, num rasgo de inspiração collorida, disse: "Doa a quem doer".

Na ponta da língua
Quando o ministro Pedro Malan achou "complicada" a sugestão de FHC para criar um órgão específico de fiscalização dos bancos, o presidente foi rápido: "Que tal a Receita Federal?".

Ouvidos moucos
Pedro Simon (PMDB-RS) levou a Sarney proposta de comissão do Executivo, Legislativo e Judiciário para investigar o sistema financeiro. "Ouvi o Simon por uma hora e não entendi o que ele queria", ironizou Sarney.

Mexendo em vespeiro
Relator da reforma administrativa, Moreira Franco (PMDB-RJ) pediu ao ministro Nelson Jobim (Justiça) uma emenda separando os servidores públicos em civis, militares e de segurança pública. Cada grupo terá regras próprias.

Xadrez parlamentar
Por enquanto, o rompimento do acordo entre PMDB e PFL para rodízio na presidência da Câmara é um projeto pessoal de Inocêncio Oliveira. O comando pefelista está disposto a honrar o compromisso, se a mudança valer para o Senado.

Cortina de fumaça
No jantar com membros da Comissão de Economia da Câmara, anteontem, Cunha Bueno (PPB) perguntou o que FHC achava da candidatura de Sérgio Motta à Prefeitura de São Paulo. Resposta rápida: "O Serra é melhor".

Rédea solta
Paulo Maluf diz não ter preferência por candidato à Prefeitura de São Paulo. Depois dos secretários Celso Pitta (Finanças) e Lair Krahenbuhl (Habitação), liberou todos os outros. "Quero ver quem se viabiliza mais rápido."

Volta para casa
Gesner de Oliveira deixou o cargo de secretário-adjunto de Política Econômica. Já está dando aulas na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. Assume o posto Rui Modenesi, economista de carreira do BNDES.

O jogo dos Sarney
Sarney encena crise com Roseana para manter o pé em duas canoas. A governadora do Maranhão mantém canal aberto com FHC de olho na reeleição e no cargo de vice. O senador fica livre para jogar contra com Itamar e a oposição.

Regras da partida
Sarney quer evitar a instalação da comissão para analisar a reeleição. Avalia que, uma vez instalada, o lobby do governo atropela os opositores e aprova a tese. Um líder do PFL reafirma: instala a comissão quando FHC pedir.

Primeiro round
O Planalto está preocupado com a convenção do PMDB que decidirá sobre reeleição. Luís Henrique (SC), porta-voz da ala governista, pediu que Paes de Andrade (CE) tirasse o assunto de pauta. Ouviu um tremendo não.

Voando alto
Em jantar anteontem em São Paulo, um assessor do presidente Alberto Fujimori gozava o fato de FHC viajar para fora do país em um Boeing 707 de 38 anos. O peruano acaba de trocar o seu Fokker por um novíssimo 737-500.

Agora é tarde
O presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), diz que não foi por má vontade que deixou de receber Alberto Fujimori. "Minha viagem aos EUA estava marcada há um mês. Eu o receberia se estivesse aqui."

Visita à Folha
O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Yussef Said Cahali, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Zélia Maria Antunes Alves e Alexandre Alves Lazzarini, assessores da presidência.

TIROTEIO
- O governo quer austeridade para os bagrinhos, e faz Sodoma e Gomorra com os banqueiros.

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