São Paulo, sexta-feira, 1 de março de 1996
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Governo promete prestar contas

CLÓVIS ROSSI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério da Fazenda comprometeu-se com os senadores a incluir, na reedição da MP (Medida Provisória) sobre o Proer, um item prevendo prestação mensal de contas do programa destinado a apoiar a reestruturação dos bancos.
A promessa foi feita na terça-feira, no auge do "clima de beligerância", conforme expressão do senador Esperidião Amin (PPB-SC), que se instalou no Senado a partir das novas revelações sobre o escândalo do Banco Nacional.
Pelo acordo entre os senadores da comissão especial que examina a MP e a Fazenda, a prestação de contas incluirá todas as verbas que forem destinadas ao programa e se embutem ou não algum subsídio.
O acordo tem um objetivo técnico, mas, acima de tudo, é uma resposta política à crise.
A queixa central de grande parte do Senado é quanto à falta de informações do Banco Central aos parlamentares.
O senador Vilson Kleinubing (PFL-SC) lembra, por exemplo, que a maior parte das funções do BC é regulada pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
Não obstante, nem a Comissão nem os demais senadores foram informados previamente do fato de que, desde outubro de 1995, o BC já sabia das irregularidades no Banco Nacional.
Foi só na terça-feira, no depoimento de Adilson Rodrigues Ferreira, diretor de Fiscalização do BC ao Senado, que surgiu tal informação.
Os senadores, pelo menos os governistas, dizem querer a maior transparência sobre as ações do BC em relação ao Proer. O relatório mensal faz parte desse espírito.
Ou, dito de outra maneira pelo próprio líder do governo na Câmara, deputado Luiz Carlos Santos (PMDB-SP): "Só há uma maneira de convencer a opinião pública: prestando todos os esclarecimentos".
É com idêntico espírito que o presidente do BC, Gustavo Loyola, se prepara para comparecer, na terça-feira, às comissões mistas (deputados e senadores) que analisam as MPs relativas ao setor financeiro.
O deputado Benito Gama (PFL-BA) já avisou o líder do governo, Luiz Carlos Santos, que pelo menos 200 congressistas comparecerão à audiência.

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