São Paulo, sexta-feira, 1 de março de 1996
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Presos destroem cadeia pública de Batatais

DA FOLHA NORDESTE

Os 57 presos da cadeia pública de Batatais (355 km de São Paulo) fizeram uma rebelião de mais de cinco horas ao todo ontem. O último motim na unidade aconteceu em 1988.
A rebelião começou por volta de 9h30. Os presos quebraram vidros, cadeados e telas e puseram fogo em colchões durante o banho de sol.
A polícia estima que os gastos com a recuperação da cadeia cheguem a R$ 5.000.
Eles pediam a transferência para outras cadeias devido à superlotação. A cadeia de Batatais tem capacidade para 20 presos divididos em cinco celas.
Os presos ainda reivindicaram dois horários de banho de sol, regularização da situação processual de cada um deles, uso de TV colorida nas celas e um abrigo coberto onde as visitas possam ficar até a entrada na cadeia.
A Folha apurou que os presos pediram também a substituição da direção da cadeia, administrada atualmente pelo delegado César Augusto França.
Caminhões-pipa da prefeitura e de usinas da região foram acionados para controlar o incêndio até a chegada do Corpo de Bombeiros de Ribeirão Preto.
As polícias Militar e Civil fizeram um cerco com 80 homens à cadeia para que nenhum preso fugisse. Dois carros da Força Tática de Franca compareceram com dez homens.
Na hora da rebelião havia dois carcereiros e um PM na guarda externa da cadeia. Ninguém foi feito refém.
Dois presos -um com problemas de nervos e outro intoxicado com a fumaça- foram atendidos por um médico e retornaram ao presídio. A rebelião terminou por volta das 12h30, mas recomeçou às 18h30. Por volta das 21h, os detentos voltaram a acertar um acordo.
O juiz corregedor de Batatais, Eliezer Walter Gentilini, e do delegado seccional, Sérgio Augusto Dias Bastos, prometeram que parte dos pedidos seria atendida.

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