São Paulo, sexta-feira, 1 de março de 1996
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Juiz da Paraíba é afastado por preguiça

ADELSON BARBOSA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA

O TJ (Tribunal de Justiça) da Paraíba decidiu anteontem colocar o juiz Gutemberg Cardoso Pereira, da Comarca de Alagoa Grande (104 km de João Pessoa), em disponibilidade. Ele foi acusado pelo TJ de ser preguiçoso.
A pena resulta no seu afastamento definitivo da magistratura. O presidente do TJ, Antônio Elias de Queiroga, disse que o juiz não pode advogar nem exercer qualquer função no serviço público ou na iniciativa privada.
Há dez anos na magistratura, Pereira receberá uma aposentadoria proporcional ao tempo de serviço. Pereira pode recorrer da punição. "Eu não tenho conhecimento de que algum juiz tenha sido punido por preguiça, como o doutor Gutemberg está sendo agora", afirmou Queiroga.
Segundo ele, o juiz estava afastado da comarca de Alagoa Grande desde agosto do 95, depois que o TJ recebeu denúncias de que ele estaria atrasando propositalmente o julgamento dos processos.
Uma fiscalização do TJ, segundo Queiroga, constatou a morosidade. Queiroga disse que, dos 928 processos que tramitaram na comarca nos últimos três anos, Pereira julgou 440.
No mesmo período, o juizado de Itabaiana (63 km de João Pessoa) -comarca do mesmo porte- julgou 821 dos 932 processos.
"A Paraíba tem juízes trabalhadores, que honram a magistratura. Mas infelizmente tem alguns, como Cardoso, que não gostam de trabalhar. Esses são punidos porque a sociedade não aceita que um guardião da lei não cumpra o dever de trabalhar."

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