São Paulo, sexta-feira, 1 de março de 1996
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Japão vai investir a médio prazo

ANTÔNIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

A volta de investimentos maciços japoneses no Brasil é inviável a curto prazo devido a dois fatores: lentidão da recuperação da economia japonesa e falta de regulamentação da abertura dos monopólios estatais brasileiros.
Essa foi a principal conclusão da 6ª Reunião Conjunta do Comitê de Cooperação Econômica Brasil-Japão, encerrada ontem.
Hiroshi Saito, líder da delegação japonesa, disse que os investimentos japoneses no Brasil deverão ocorrer gradualmente, a médio e longo prazo, com a continuidade do processo de estabilização da economia brasileira.
Saito afirmou que os empresários japoneses estão "pensando seriamente" em voltar a investir no Brasil, um país, disse, que deixou de ser "sinônimo de inflação".
Saito condicionou, porém, os novos investimentos à continuidade do processo de estabilização e das reformas constitucionais e à regulamentação da flexibilização dos monopólios.
Saito disse que a recessão econômica no Japão nos últimos quatro anos foi um obstáculo aos investimentos do país no exterior. A participação do Brasil nos investimentos diretos (capital que segue para a produção) japoneses em todo o mundo caiu de 5% em 1983 para apenas 0,4% em 1991.
Em 1994, houve uma recuperação para 3%. O Japão investe cerca de US$ 40 bilhões por ano no exterior. Os Estados Unidos, com 42% do total, são os líderes na captação do capital japonês.
Saito destacou como sinais preliminares de novos investimentos japoneses no Brasil o anúncio da entrada da montadora Honda no país e a cooperação japonesa na construção da nova refinaria da Petrobrás, no nordeste do país.
Um consórcio de grupos japoneses, entre eles Marobene, Mitsui, Mitsubishi e Itochu está estudando a possibilidade de financiar o projeto avaliado, inicialmente, em US$ 15 bilhões.

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