São Paulo, sexta-feira, 1 de março de 1996 |
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Lee estréia com 'Arte de Viver'
JOSÉ GERALDO COUTO
Produção: Taiwan/EUA, 1992 Direção: Ang Lee Elenco: Sihung Lung, Lai Wong, Bo Z. Wang, Deb Snyder, Haan Lee Onde: no Espaço Unibanco de Cinema Agora que Ang Lee ficou famoso com seu filme menos pessoal ("Razão e Sensibilidade"), vale a pena ver esta sua obra de estréia, "A Arte de Viver", em que está contido potencialmente todo o seu cinema posterior. O tema do filme é o tema da sua vida: a relação de amor e ódio entre Oriente e Ocidente, entre filhos e pais, entre tradição e mudança. Alex Chu (Bo Z. Wang), um jovem e bem-sucedido imigrante chinês na América, chama seu velho pai (Sihung Lung) para vir morar com ele e sua família (mulher americana loura, filho americano de olho puxado) num bairro de classe média de Nova York. O que parecia ser uma boa solução para a velhice do pai viúvo revela-se um poço de complicações. O velho e a nora não se entendem. A primeira sequência é exemplar: a câmera registra minuciosamente os movimentos dos dois pelo espaço da casa. Ele, fazendo exercícios de tai-chi, sereno, lento, tradicional. Ela, tentando escrever ao computador, agitada, moderna, neurótica. Não se diz uma palavra e tem-se um quadro expressivo de um equilíbrio precário prestes a explodir. O filme desdobra essa tensão de modo delicado e imprevisível, fugindo a todos os clichês e esquematismos. Talvez seja o melhor filme de Ang Lee. (JGC) Texto Anterior: Jane Austen vira mania Próximo Texto: Ciclo Griffth ilustra a infância do cinema Índice |
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