São Paulo, segunda-feira, 4 de março de 1996
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Escolha não é de Brasília, afirma Anna Peliano

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A secretária-executiva do Comunidade Solidária, Anna Maria Peliano, disse que o governo federal optou pela descentralização das ações sociais e que esse caminho inclui "descentralizar o poder e responsabilidades".
"Descentralização significa parceria com Estados e municípios, e parceria quer dizer que eles são co-responsáveis na execução dos projetos", disse.
Ela afirmou que foi uma opção do Comunidade Solidária fornecer critérios básicos para que os Estados escolhessem os municípios que estão recebendo os programas de investimentos sociais.
"Partimos do pressuposto de que a escolha não sairia de Brasília, pois o programa só terá êxito se houver uma participação efetiva dos governadores e prefeitos", afirmou.
"Sabemos que escolhemos o caminho mais difícil e demorado, mas a centralização das decisões em Brasília sempre foi feita no Brasil e já deu provas de que não funciona", completou.
Peliano ressaltou que os 301 municípios que integram o Comunidade Solidária não são os únicos a receber investimentos sociais do governo.
Os repasses da merenda escolar e do livro didático são entregues a todas as cidades do país.
O interlocutor do Comunidade Solidária na Bahia, Luís Carreira, negou qualquer critério político na escolha das cidades do Estado. Carreira também é secretário de Planejamento da Bahia.
"Não houve critério político", disse. "Optamos por escolher oito cidades próximas, localizadas no Nordeste do Estado, para ter uma atuação mais uniforme na região."
Segundo Carreira, a seleção desses municípios também foi a forma encontrada para pressionar o governo FHC a asfaltar a BR-235, que liga Juazeiro, na Bahia, a Sergipe.
A estrada passa por quatro dos oito municípios. "É uma reivindicação da região", disse.
Mato Grosso do Sul O interlocutor do Comunidade Solidária em Mato Grosso do Sul, Valter Cortez, disse que não é relevante o fato de dez cidades escolhidas fora dos critérios técnicos serem dirigidas por aliados do governador Wilson Martins (PMDB).
"Nem sabia de que partidos eram esses municípios. O governador jamais permitiria o uso político das verbas", completou.
"O índice de pobreza nos assentamentos é muito grande, não havia programas sociais voltados a essas áreas, e, por isso, foram escolhidas."

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