São Paulo, segunda-feira, 4 de março de 1996
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Dinho completaria 25 anos amanhã

DA REDAÇÃO

O vocalista Dinho, da banda Mamonas Assassinas, faria 25 anos amanhã. O músico baiano era o líder do conjunto que, até janeiro, havia vendido cerca de 1,75 milhão de cópias do seu primeiro e único disco, "Mamonas Assassinas". O álbum foi o mais vendido do ano de 1995 no Brasil.
A EMI tinha planejado um "sumiço" da banda. Por alguns meses eles não fariam apresentações ao vivo nem na TV, como estratégia para não desgastar a imagem do conjunto.
A banda lançaria um novo disco em julho e viajaria nesta semana para Portugal, onde já tinham uma turnê agendada. Lá, o "Vira-Vira", principal hit da banda, faz grande sucesso.
Antes de integrar a banda, Dinho foi office-boy. Chegou também a ajudar um comerciante português. Segundo ele, a música "Vira-Vira" foi uma vingança contra o ex-patrão.
O grupo Mamonas Assassinas nasceu em 89, em Guarulhos. Chamava-se inicialmente Utopia e se apresentava em clubes locais e em comícios de políticos.
No começo, faziam covers de outras bandas, como os Engenheiros do Hawaii, o Legião Urbana e o Red Hot Chili Peppers.
O Utopia chegou a gravar um disco independente na época, com tiragem pequena, de mil cópias.
Começaram a gravar como Mamonas Assassinas em casa. A primeira fita demo foi enviada para João Augusto, da EMI, que logo em seguida pediu para que fizessem outras.
Dinho vivia na vila Barros, em Guarulhos, e se mudou há seis meses para o parque Continental, na mesma cidade. Namorava com Valéria Zopello, 22 anos, modelo da agência Ford.
O repertório do disco consagrado pelo público -principalmente infantil e adolescente- foi gravado em três semanas.
Os Mamonas se apresentavam com visual escrachado, vestidos de He-Man e Chapolin ou simplesmente usando pijamas e roupas de presidiários. Suas letras misturavam sexo, gírias e palavrões.
Faziam uma média de seis shows por semana, de terça a domingo, e cobravam cerca de R$ 35 mil por show. Com o dinheiro ganho com as vendagens do disco, o vocalista Dinho já havia comprado um carro importado (um mitsubishi eclipse), uma caminhonete S-10 e uma casa em Ubatuba.
No final do ano passado, a banda fez uma turnê nordestina, apresentando-se no Nordeste, em Recife, Maceió, Aracaju. O show realizado na noite de sábado, em Brasília, seria o último da banda no Brasil, antes da turnê que fariam em Portugal e das gravações do novo disco.

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