São Paulo, segunda-feira, 4 de março de 1996
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Durante os shows, histeria dos fãs lembrava Beatles

Pais levavam crianças doentes para conhecer grupo

BARBARA GANCIA
COLUNISTA DA FOLHA

No final de 1995, passei dois dias com os Mamonas em Ubatuba. Estava hospedada no Recanto das Toninhas, procurando fugir da chatice das Festas. E a última coisa que queria era lembrar de trabalho.
Por isso, praguejei à beça quando ouvi dizer que a banda ia chegar ao hotel para fazer um show na cidade. Sabia que teria de interromper minhas férias e pegar no batente.
Um grupo de crianças ficou de vigília na frente do hotel, sem arredar pé, durante toda a noite que antecedeu a chegada deles. E, quando os Mamonas finalmente desembarcaram da perua Asia que os trouxera de São Bernardo, a loucura mais completa se instalou.
Era criança correndo e gritando para todo o lado. A gerência do hotel teve até de improvisar uma forma de segurança, para que os Mamonas não fossem incomodados. Garçons foram colocados na entrada do restaurante a fim de proibir a gurizada de assediar o grupo.
No jantar, horas antes do show, fui conversar com os Mamonas. Dinho foi logo brincando: "Você é aquela que gosta tanto da gente?", uma referência a artigo pouco elogioso que eu acabara de escrever.
Simpaticíssimo, acabou me convidando para ir ao show na van do grupo. Fui e me instalei em um canto do palco, de onde pude constatar a histeria a la Beatles.
Até que Júlio comentou: "Vira e mexe, algum pai traz o filho doente para nos conhecer e eu fico feliz em saber que posso fazer alguma coisa para alegrá-los".

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