São Paulo, segunda-feira, 4 de março de 1996
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Back revela erotismo da cidade

DA REPORTAGEM LOCAL

O novo filme de Sylvio Back, "Making of Curitiba", atualmente em fase de montagem, é, na definição do próprio diretor, "um docudrama de longa-metragem sobre o imaginário de Curitiba".
"Não mostro a imagem da cidade-modelo, limpa, ecológica, moderna, mas a Curitiba invisível, o imaginário dos curitibanos", disse à Folha o cineasta, que nasceu em Blumenau (SC), mas viveu 30 anos na capital paranaense (hoje mora no Rio).
No filme, que custou cerca de R$ 230 mil (bancados por investimentos privados), não há entrevistas nem locutor. Além do material que filmou, em 35 mm, com fotografia de Mario Carneiro (um dos maiores fotógrafos do cinema brasileiro), Back vale-se de imagens de arquivo: filmes já feitos na cidade e fotos. Na trilha sonora, poemas e canções referentes a Curitiba.
Andando pelas ruas da cidade, os atores Luís Melo, Ariel Coelho e Ary Fontoura (todos "filhos pródigos" de Curitiba) falam textos de escritores curitibanos, como Cristovão Tezza, Paulo Leminski, Alice Ruiz e Valêncio Xavier.
"O filme é o avesso do cartão postal que se fixou sobre a cidade -para o bem ou para o mal dela", diz Back, 58, diretor de filmes como "Aleluia Gretchen" e "Yndio do Brasil".
Para o cineasta, Curitiba é "uma cidade muito erótica, diferentemente do Rio, que é ostensivamente sensual".
"Outra coisa que pouca gente sabe é que Curitiba é uma cidade polaca, muito mais do que alemã", diz o diretor, que pretende ainda filmar algumas cenas na cidade em julho, no inverno, "uma grife da cidade".
Documentação
O cineasta lembra que seu primeiro curta, "As Moradas", rodado em 1962, era sobre Curitiba.
Enquanto monta "Making of Curitiba" e espera o inverno para rodar as últimas tomadas, Sylvio Back busca recursos para viabilizar seu projeto mais ambicioso, o longa-metragem "Lost Zweig", que pretende reconstituir os últimos dias da vida do escritor austríaco Stefan Zweig, que se suicidou em Petrópolis em 1942.

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