São Paulo, segunda-feira, 4 de março de 1996
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Peres perde com ataque

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A campanha de atentados dos radicais muçulmanos em Israel já reduziu e deve continuar a reduzir as chances de Shimon Peres se manter no cargo de premiê após as eleições de 29 de maio.
Depois dos atentados do domingo da semana passada, Peres deixou uma liderança de 15 pontos percentuais em pesquisas para um empate técnico com seu principal opositor, o líder do Likud, Binyamin Netanyahu (pronuncia-se Biniamín Nataniáu).
Uma pesquisa divulgada ontem pelo instituto Dakhaf indicava 48% de intenção de voto para os dois candidatos a premiê.
Uma pesquisa divulgada durante a semana passada pela TV Israel indicava até a vitória de Netanyahu por 52% a 45%.
O direitista Netanyahu cresce porque seu partido é contrário à forma com que o processo de paz está sendo levado pelo Partido Trabalhista (de Peres).
Para o Likud, a autonomia dos palestinos deveria ser apenas administrativa. O partido defende que Israel continue tomando conta da segurança dos territórios palestinos.
A repressão ao terrorismo nesses territórios seria então função de Israel. Por isso, o Likud costuma aumentar sua popularidade pouco depois de atentados.
"Acho que o público pode conviver com um atentado, mas se estamos falando agora de uma série, será devastador para Peres", disse o jornalista Shimon Shiffer, do jornal "Yedioth Ahronoth".
Hanoch Smith, que trabalha com pesquisas de opinião há 25 anos, disse que o atentado de ontem deve levar a uma nova queda de popularidade de Peres.
"A minha expectativa é que ele perca apoio. Não seria nenhuma surpresa para mim que Netanyahu passasse à frente em todas as pesquisas nesta semana."
Os dois líderes partidários se reuniram ontem pouco depois do atentado. Netanyahu pediu a Peres que consiga que as forças israelenses possam reprimir os radicais muçulmanos nos territórios palestinos, seguindo a orientação do seu partido.
Peres perdeu até o apoio do presidente Ezer Weizman em relação ao processo de paz com os palestinos. Weizman pediu que o premiê suspendesse as negociações com os palestinos e que fosse criado um governo de união nacional, o que incluiria o Likud.

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